A investigação sobre o assalto à agência do Sicredi em Brasnorte teve uma virada importante nesta segunda-feira (4). O comandante do 7º Comando Regional da PM, coronel Murilo Franco, confirmou que os dois policiais militares presos por envolvimento no crime deram cinco minutos de vantagem para os criminosos escaparem da cidade.
Segundo ele, os dois eram os únicos em serviço no momento do roubo, na quinta-feira passada, e agiram de forma deliberada para não interceptar a caminhonete usada pela quadrilha. A tolerância permitiu que os assaltantes ganhassem tempo suficiente para fugir sem chances reais de serem perseguidos.
As imagens do sistema de monitoramento da cidade mostram que a viatura saiu 35 segundos depois da Hilux usada na fuga. Até aí, nada fora do comum. Mas no trajeto de 1,8 quilômetro entre a agência e a saída da cidade, esse intervalo saltou para cinco minutos. Tempo suficiente para abrir uma distância de dez quilômetros, segundo o próprio comandante.
“Cinco minutos a 120 por hora é a distância entre a Sesp e a Arena Pantanal, pela Miguel Sutil. Aí não tem como alcançar”, resumiu Franco, durante entrevista coletiva.
A mudança no comportamento dos policiais chamou atenção desde o início. Além do deslocamento lento, a ação da quadrilha também foi fora do padrão. Apenas um disparo foi feito durante todo o assalto, algo incomum em crimes do tipo “novo cangaço”, como se pensou inicialmente.
Com base nas imagens, em depoimentos e numa informação da inteligência da PM, a suspeita se confirmou. Um dos presos admitiu que os militares facilitaram a fuga. Diante disso, a Justiça Militar converteu a prisão dos dois policiais em preventiva.
As identidades seguem preservadas por enquanto. A investigação continua e não está descartada a participação de outros envolvidos, incluindo possíveis informantes.
Veja entrevista:
