PM vê situação lamentável e investiga confusão em bar na Praça Popular

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O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes, avisou que irá “cortar na própria carne” no caso que agitou a noite cuiabana da última quarta-feira (3). Uma briga, envolvendo um procurador do estado, um defensor público, um homem utilizando tornozeleira eletrônica, um major e um soldado PM – e também um denominado “maluco”, que estava “importunando” as pessoas -, são os personagens do evento.

Em nota publicada nesta quinta-feira (4), o comandante PM esclareceu que não compactua com a “forma truculenta” com que a PM supostamente agiu no episódio.

“Saliento, por derradeiro, que sempre serei o primeiro a defender minha tropa quando atacadas de forma injusta, mas, o primeiro a cortar na própria carne caso necessário, especialmente àqueles PMs que agirem de forma truculenta e contrária às normas vigentes”, avisou o comandante PM”.

Segundo informações de um boletim de ocorrência, um “maluco”, conhecido como “Neguinho”, estava importunando clientes de dois restaurantes tradicionais da Praça Popular – o bairro comercial mais nobre da Capital Mato-Grossense -, na noite da última quarta.

Conforme os relatos, “Neguinho” foi “rufado” pelos clientes de um dos estabelecimentos, e ficou “todo ensanguentado”. Ele teria continuado a causar “transtornos” no local, quando o gerente do segundo restaurante acionou a Polícia Militar.

A PM conta que durante a abordagem, “Neguinho” se mostrou “muito forte”, tendo que pedir apoio a outros policiais militares. Um homem utilizando tornozeleira eletrônica, um procurador do Estado, e o defensor público, clientes do estabelecimento, porém, não gostaram da agressividade dos policiais, e começaram a ofender os agentes de segurança pública.

A PM, por fim, conseguiu algemar “Neguinho”, o “homem com tornozeleira” e o defensor público. Um dos soldados que faziam parte da ocorrência foi agredido pelo ex-presidiário. Todo o grupo foi levado para a delegacia, incluindo o procurador do Estado que não tinha sido algemado.

Na delegacia, um major PM, sem explicações aparentes, tirou as algemas do “tornozelado” – que tinha agredido o soldado PM da ocorrência -, e desferiu um “tapa no peito” num colega de farda, soldado, que estava na delegacia. Um boletim de ocorrência foi feito contra o oficial militar que agrediu o subalterno.

Voltando à nota, o comandante PM garantiu que sua tropa “trabalha sem olhar cargos ou sobrenomes, sempre tecnicamente”, e que buscará a “verdade” no caso sem “qualquer corporativismo”.

ÍNTEGRA DA NOTA:

Sobre o episódio na Praça Popular:

É com preocupação que assisto uma abordagem realizada nessa noite de quarta , dia 03, em um restaurante na praça popular. Embora o calor dos fatos deva ser observado para interpretar com justiça a ação policial, figura inconteste a ausência, em grau a ser apurado, do exigido pelo procedimento operacional padrão.

Como medida imediata, instauramos a devida sindicância de modo a elucidar todas as condutas, ressaltando, por dever, o total compromisso da PMMT com a eventual responsabilização dos envolvidos na ocorrência, bem como nosso integral respeito e solidariedade aos possíveis cidadãos ofendidos, sejam eles operadores do direito como um dos abordados, sejam quem forem. Importa, sobretudo, esclarecer os fatos em proveito à nossa tropa que trabalha sem olhar cargos ou sobrenomes, sempre tecnicamente.

Saliento, por derradeiro, que sempre serei o primeiro a defender minha tropa quando atacadas de forma injusta, mas, o primeiro a cortar na própria carne caso necessário, especialmente àqueles PMs que agirem de forma truculenta e contrária às normas vigentes. Pois é intolerável ações que possam macular a imagem institucional da PMMT. De nossa parte, independente de quem seja, doa a quem doer e sem qualquer corporativismo, a verdade dessa lamentável ocorrência será esclarecida.

Alexandre Mendes – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT

Fonte: Folhamax