A energia solar em Mato Grosso caminha para se tornar a segunda maior fonte de energia elétrica do Estado, perdendo apenas para a hídrica, oriunda das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e das Usinas Hidrelétricas.
Conforme os dados do Sistema de Informações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o estado tem 6,4 GW de potência outorgada – dentre os que estão em operação, em construção e o de construção não iniciada. São 3,3 GW do sistema hídrico, 1,3 GW do solar, 927,9 mil KW de fonte fóssil (termelétricas) e 885,7 mil KW de biomassa.
Dentre os 49 empreendimentos de construção não iniciada em Mato Grosso, 38 são de energia solar, 9 são PCHs, 1 usina hidrelétrica e 1 usina termelétrica com uso de biomassa. São todos projetos de energia limpa, que totalizam 1,7 GW.
O presidente do Sindenergia, Tiago Vianna, ressalta que energia é a base de desenvolvimento econômico do Estado e se não há energia elétrica disponível, a taxa de crescimento não acelera. “Do ponto de vista da geração, Mato Grosso gera o dobro do que a gente consome de energia. Então o estado hoje ele consome em torno aí de 11 TWh/ano e a gente está produzindo em torno de 20 a 21 TWA /ano, o que põe o Mato Grosso numa condição de exportador de energia o que é muito bom”.
Mato Grosso é o 5º em geração distribuída do país, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) com 1.535,6 MW, 5,9% do total nacional. O líder continua sendo São Paulo, seguido de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Em termos de geração centralizada é o 10º do país.
Dentre as capitais, Cuiabá é a terceira do país com 245,3 MW de potência instalada, 0,9% do total do país. Em primeiro está Florianópolis (SC), seguido por Brasília (DF).
Tiago afirmou que ainda vale a pena investir na energia solar. A Lei 14.300/2022 estabeleceu que os micro e minigeradores de energia elétrica fotovoltaica passariam a contribuir com o pagamento da transmissão. Quem já tinha esses projetos antes da lei, terão isenção até 2045. A partir do marco, quem tem placa solar em casa, passou a pagar pela transmissão.
“O que a transmissão impacta para o consumidor é no tempo de retorno do investimento. Antigamente, quando você não pagava a transmissão, o tempo do retorno estaria na faixa de 4 anos, para um investidor convencional. Hoje esse tempo de retorno vai para 6 a 7 anos, dependendo da linha de financiamento. Apesar de hoje o custo da energia estar valendo menos, porque você vai ter que pagar a transmissão, vale a pena o investimento”, assegurou.
Ele também argumentou que era necessária essa taxação também pelo volume de pessoas que passaram a migrar para o sistema de geração própria. A isenção ocorrida no passado foi um incentivo para que essa fonte de energia nascesse no país até que fosse criado todo uma infraestrutura, um ecossistema de distribuidores integradores.
“De 2012 até 2016 eram pouquíssimos projetos de energia solar, não chegava nem a 100 megas de potência instalada. Mas de 2016 até 2023 foram quase 30 gigas. Quando a conta fecha, o mercado se mobiliza”.
O presidente do Sindenergia também disse que o Brasil usa 90% de fonte de energia limpa, em torno de 70% a 75% hídrica, 15% eólica e de 5% a 6% solar. Contudo, esta última é a que mais vem crescendo no país. O país vive uma transição energética, trocando resíduos fósseis (gás, diesel, carvão) para as energias renováveis.
Fonte: O Documento