Pinheiro faz “operação desmonte” em estrutura de vice-prefeito e 13 servidores são demitidos

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No dia 25 de outubro do ano passado, o prefeito emedebista, Emanuel Pinheiro chegou a desmentir rumores de que colocaria fim à estrutura da vice-prefeitura, por conta do distanciamento político com Niuan Ribeiro. E que ele[Emanuel] jamais tiraria a estrutura de seu vice, no Palácio Alencastro. E que as informações ‘não passavam de notícias falsas de bastidores’.

A declaração de Pinheiro foi uma resposta dada, na época, ao questionamento da imprensa de que estaria contido em minirreforma administrativa do Alencastro – enviada à Câmara de Vereadores – a extinção dos cargos da estrutura administrativa da vice-prefeitura e ainda a total exclusão orçamentária da pasta. Ela foi dada por Pinheiro quando participava de um evento simbólico de 186 cadeiras para pacientes de reabilitação da rede municipal, na Secretaria de Assistência Social de Cuiabá.

De lá pra cá, Pinheiro e Niuan até chegaram a protagonizar algumas quedas de braço, com o vice admitindo em algumas ocasiões que poderia disputar o comando do Palácio Alencastro, nas eleições municipais de 2020. Principalmente, no período em que trocou de sigla partidária, deixando o PSD e se filiando ao Podemos e ainda passando, por algum tempo, a comandar a nova legenda em Cuiabá.

Mas as trocas de farpas entre os dois foram cessando, por conta até da entrada em cena da pandemia. Do temor da população por um vírus desconhecido, sem vacina, de fácil disseminação e de alta letalidade. Sobretudo, em uma capital que precisava correr contra o tempo para estruturar sua rede pública de saúde, para o atendimento às vítimas do novo coronavírus.

Uma trégua que vinha sendo mantida até esta quarta-feira (01), quando Niuan Ribeiro foi surpreendido com a exoneração de 13 pessoas da vice-prefeitura, 12 assessores e um diretor administrativo e financeiro. Profissionais que ganhavam entre R$ 2.973,36 a R$ 10.194,39. Dentre eles uma servidora que estava afastada, gozando licença maternidade.

Já havia uma sinalização de que a trégua poderia estar chegando ao fim, quando em maio, Niuan teve a sua verba indenizatória cortada por Pinheiro, sob o argumento da economicidade em tempos de covid-19. A justificativa, naquele momento, de acordo com Niuan era plausível, então, claro, aceitou.

Mas o desmantelamento da estrutura da vice-prefeitura, com as demissões, foi um claro recado sobre o fim deste [entreaspas] respeito político. Por meio de carta aberta à população cuiabana, postada em suas redes sociais e replicada por vários veículos de comunicação da capital, o vice-prefeito repudiou o ato, classificando-o como ‘insano’. Por conta até das demissões de profissionais bem em meio a uma pandemia que resultou em uma paralisia econômica gigante, com várias pessoas já começando a passar necessidade, após ficarem desempregadas.

Em trecho da carta, o vice pontua isto com bastante clareza, ao lembrar que em plena pandemia, quando todos estão temerosos e muitos até em pânico, enfrentando uma série de dificuldade, o prefeito que usa como slogan de sua gestão a ‘Humanização’, demite 13 pessoas que precisam levar sustento às suas famílias, dentre elas “uma mãe , mulher que está em pleno gozo da licença maternidade garantida por lei”.

“As contradições do prefeito Emanuel são constantes. Após anunciar que não exoneraria servidores […] em um momento difícil como este, ele não apenas exonerou uma mulher com seus direitos garantidos, como ele também se utilizou do viés político e de retaliação e exonerou os servidores da vice-prefeitura. Como muitos sabem, como vice-prefeito, estou rompido politicamente por ter opiniões diferentes com relação a várias ações executadas pela gestão Emanuel Pinheiro, como a criação da SEC 300, extinta após denúncias de irregularidades”

Ainda ressaltando na carta que o prefeito teria afirmado que em meio a uma pandemia como a da covid-19, não seria hora de falar de política, de falar em eleição. Mas de unir forças contra um inimigo comum: o coronavírus.

“[…]É interessante frisar também que Pinheiro afirmou inclusive em postagem nas suas redes sociais que ‘Não é hora de falar de política […]de falar em eleição. É hora de nos unirmos com responsabilidade, seriedade no combate a pandemia.Contudo, em meio ao caos na saúde pública de Cuiabá, só se constata o contrário. Vale lembrar que em matérias veiculadas em alguns sites da Capital em 2019, Emanuel desmentiu a extinção da vice e ainda afirmou: ‘que jamais faria isto, ainda bem que isto está só nos bastidores’.(Veja abaixo a carta na íntegra).

A notícia do desmantelamento da estrutura da vice-prefeitura levou o deputado federal e presidente do Podemos em Mato Grosso, José Medeiros, a se manifestar por meio de suas redes sociais. Para o parlamentar, o ato de exoneração coletiva teria sido uma retaliação ao posicionamento do partido em Cuiabá, sigla que Niuan Ribeiro faz parte. Lembrando ainda da recente entrada no partido de um dos principais adversários de Emanuel, o vereador Abílio Brunini.

Outra correligionária que saiu em defesa de Niuan foi a ex-senadora Selma Arruda, presidente municipal do partido, que gravou vídeo criticando a gestão municipal pela retaliação à médica Margareth Cordeiro que foi colocada à disposição por ter apontados os problemas na unidade de saúde ao Ministério Público Federal.

Por meio de nota, a Prefeitura de Cuiabá, disse que o ato faria parte da reforma administrativa aprovada em janeiro de 2020 e que previa um prazo de 180 dias para implementação. “O processo de exoneração de 13 servidores do gabinete do vice faz parte dessa ação, aprovada pela Câmara Municipal. Foram exonerados 13 servidores e, por um erro, uma servidora que estava em licença maternidade. Mediante o equívoco, o ato de exoneração perderá os efeitos e ela será renomeada”.

Ainda esclarecendo que os cargos desses profissionais serão remanejados para áreas fins da prefeitura para otimização. E que o vice-prefeito Niuan Ribeiro terá a sua disposição, um motorista, um chefe de gabinete é uma assessora de imprensa.

Veja a carta na íntegra de Niuan Ribeiro

Em plena pandemia que todos estamos enfrentando com tantas dificuldades, a tão conhecida “ gestão humanizada “ do prefeito Emanuel Pinheiro, a mesma que criou a Secretaria da Mulher, exonera em ato publicado ontem (01) uma mãe , mulher que está em pleno gozo da licença maternidade garantida por lei.

As contradições do prefeito Emanuel são constantes. Após anunciar que não exoneraria servidores da educação, nem ninguém, em um momento difícil como este, ele não apenas exonerou uma mulher com seus direitos garantidos, como ele também se utilizou do viés político e de retaliação e exonerou os servidores da vice-prefeitura. Como muitos sabem, o vice-prefeito estaria ‘rompido’, politicamente, por ter opiniões diferentes com relação a várias ações executadas pela gestão Emanuel Pinheiro, como a criação, da agora já extinta SEC 300.

Interessante frisar também que Pinheiro afirmou inclusive em postagem nas suas redes sociais que “Não é hora de falar de política, não é hora de falar em eleição. É hora de nos unirmos com responsabilidade, seriedade no combate a pandemia.” Em meio ao caos na saúde pública de Cuiabá, só se constata o contrário. Vale lembrar que em matérias veiculadas em alguns sites da Capital em 2019, Emanuel desmentiu a extinção da vice e ainda afirmou: “ Jamais faria isto, ainda bem que isto está só nos bastidores”.

Realmente fica difícil de acreditar em um gestor que não cumpre com o que fala. Fica ainda mais difícil acreditar em um gestor que foi flagrado colocando dinheiro de proprina, segundo delação do ex governador Silval Barbosa, no paletó e até hoje não se explicou como toda sociedade cuiabana espera.

Nunca um slogan de uma gestão foi tão descontruído e sem sentido, pois de humanização ou de “trabalhando e cuidando da gente” não tem nada. Que confirme isso esta mãe que fica desamparada neste momento tão delicado, e estas outras famílias que foram pegas de surpresa e que estão enfrentando uma pandemia sem poder contar com emprego e na incerteza de tudo ligado ao coronavírus, pois todos os dias denúncias são feitas pela falta de estrutura, falta de medicamentos entre outras coisas, na rede pública municipal de saúde.

Fonte: O Bom da Notícia