A Polícia Federal apreendeu cerca de 500 kg de cocaína, no Aeroporto Internacional de Salvador (BA). A droga estava escondida em aeronave de uma empresa privada de aviação, que o advogado Rowles Magalhães Pereira da Silva supostamente seria sócio. O avião tinha como destino a Europa.
O material foi aprendido após o piloto acusar a ocorrência de alerta de pane durante o voo que saiu de São Paulo e seguia para Portugal. Mecânicos inspecionaram a aeronave e acabaram encontrando parte da droga e a Polícia Federal foi acionada.
Com o auxílio de Peritos Criminais Federais e de cães farejadores da Polícia Civil, foram localizados outros esconderijos onde estava o restante da droga. O entorpecente foi encaminhado à Superintendência Regional da Polícia Federal, para onde também foram conduzidos os tripulantes, que prestaram depoimento e foram liberados.
Ao Olhar Direto, o advogado Ricardo Monteiro, que faz a defesa de Rowles, explicou que o ex-assessor do Governo do Estado, e outros sócios, têm um contrato de intenção de compra com a empresa de aviação. “Eles estão aguardando a liberação de um financiamento de um banco português para encerrar o contrato para que a empresa venha para ele”, afirmou.
Conforme Ricardo Monteiro, a operação da empresa ainda está a cargo dos antigos donos. O defensor ainda alegou que crimes semelhantes, em que a droga é colocada sem conhecimento dos tripulantes, estariam acontecendo há algum tempo com empresas aéreas conceituadas da Europa.
“O comandante e copiloto foram ouvidos e a Polícia Federal está apurando as responsabilidades. Em curto tempo identificaram cinco aeronaves com o mesmo problema. Eles estão atrás com essa quadrilha que estão fazendo isso”, finalizou.
As investigações prosseguirão para identificação dos responsáveis pela carga ilícita, que poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, previstos nos artigos 33 e 35 da Lei nº 11.343/2006, cujas penas, somadas, podem chegar a 25 anos de reclusão.
Denúncias
Rowles foi apontado pelo portal UOL como autor da denúncia de que teria havido propina de R$ 80 milhões na licitação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, que foi contratado ao custo de R$ 1,477 bilhão. À imprensa de Mato Grosso, ele negou ter feito qualquer denúncia e ter conhecimento sobre qualquer propina.
No dia que deveria ter prestado depoimento à CPI, ele afirmou à imprensa também que foi procurado por deputados para fazer favores, e isentou os políticos envolvidos na obra do VLT. “O ex-deputado José Riva, o ex-governador Silval Barbosa, o ex-secretário Eder Moraes e o ex-secretário Mauricio Guimarães nunca me pediram um centavo. Diferente de muitos deputados, que me pediram ajuda em campanhas, e outras situações. Mas eu nunca ajudei”, disse, na ocasião.
Fonte: Olhar Direto