Perícia investiga se ossadas encontradas em Várzea Grande são de trabalhadores maranhenses desaparecidos há 10 meses

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A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) está investigando se as ossadas encontradas em uma região de mata em Várzea Grande, nessa terça-feira (21), pertencem aos trabalhadores maranhenses que desapareceram há 10 meses, após se mudarem para Mato Grosso a trabalho. A Polícia Militar localizou um cadáver, um crânio humano e outros restos mortais no local.

Ao g1, o perito odontolegista Fábio Lázaro informou que, pela localização e pelas condições em que as ossadas foram encontradas, há suspeita de que os restos mortais sejam de três dos trabalhadores desaparecidos. No entanto, as informações ainda são preliminares e só devem ser confirmadas após análise da perícia e investigação da Polícia Civil.

Segundo ele, o material foi encaminhado ao setor de Antropologia Forense, onde deve passar por um processamento antes das análises antropológicas. Esse processo inclui uma limpeza cuidadosa, para permitir um exame ósseo mais detalhado, sem comprometer a integridade do material.

“Na fase de análise, buscamos por fatores individualizantes nos remanescentes, elementos que nos ajudem a identificar quem são os indivíduos e se a suspeita sobre a identidade pode ser confirmada tecnicamente”, explicou.

Ainda conforme Fábio, a confirmação pode ser feita por meio da comparação do material com exames odontológicos e médicos realizados pelos indivíduos em vida, ou ainda por exame genético (DNA), que consiste na comparação do perfil genético do material com o de familiares consanguíneos.

O perito destacou também que a análise busca estabelecer a causa e as circunstâncias da morte. Ele relatou que, para essa análise, a perícia busca por traumatismos ósseos que apresentem características ou assinaturas do instrumento que os causou, como objetos cortantes ou disparos de arma de fogo.

Em março deste ano, duas ossadas foram encontradas enterradas em covas, no bairro Vila Pirineu, em Várzea Grande. A suspeita é de que sejam dois dos trabalhadores.

Os trabalhadores chegaram em Mato Grosso no dia 9 de janeiro de 2025, conforme a Polícia Civil. No dia seguinte foram, supostamente, identificadas como integrantes de uma facção rival e, por isso, foram retiradas pelos criminosos do alojamento no Bairro Jardim Primavera e levadas para outro local.

As investigações apontaram que os trabalhadores foram submetidos ao “tribunal do crime”. Em seguida, foram mortos e tiveram os corpos escondidos. Dois deles foram encontrados no Bairro Perinel.

As vítimas foram identificadas como:

  • Diego de Sales Santos, 22 anos
  • Wallison da Silva Mendes, 21 anos
  • Wermison dos Santos Silva, 21 anos,
  • Mefibozete Pereira da Solidade, 25 anos
  • Walyson da Silva Mendes, 25 anos

(G1 MT)