‘Patrão’ que matou pedreiro alega que agiu porque foi chantageado e agredido

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Frederick Thieco, acusado de matar o pedreiro Cleber Leite Santa, de 41 anos, durante uma discussão por conta de uma obra na última terça-feira (10), alegou em depoimento que agiu por legítima defesa porque foi agredido e chantageado pela vítima e um comparsa, em Primavera do Leste (231 km de Cuiabá).

Segundo o suspeito, ele contratou Cleber para realizar uma obra em sua casa e acordou com ele para fazer os pagamentos de forma quinzenal. Ele ainda contou que, recentemente, viajou para Goiânia (GO) e, quando retornou, soube que o pedreiro havia abandonado a obra. De acordo com o executor, não houve falta de pagamento ou de material para que o pedreiro não fosse trabalhar, já que ele havia comprado tudo o que foi solicitado.

Ao entrar em contato com a vítima, o pedreiro prometeu retornar ao serviço alguns dias depois, porém, ele não apareceu. O contratante entrou em contato diversas vezes com o pedreiro, mas ele não atendia suas ligações.

Após alguns dias, Frederick encontrou o homem trabalhando em outra obra e o perguntou o porquê de ele ter abandonado o serviço em sua casa. O homem teria dito que iria arrumar uma outra pessoa para ir até a casa do suspeito para terminar a obra.

Na ocasião, à noite, o suspeito disse ter recebido uma ligação de Cleber, pedindo que e ele fosse até uma obra. Ao chegar ao local indicado, Frederick notou a presença de muitas pessoas na casa e deciciu entrar em posse de uma pistola na cintura.

Durante conversas com a vítima, Cleber indagou o suspeito sobre um pagamento que ainda faltava ser feito no valor de R$ 3 mil, quando um amigo da vítima disse que o atirador teria que pagar R$ 4,3 mil. Após uma conversa entre eles, ficou acordado o pagamento de R$ 4 mil.

Quando o contratante estava indo embora, o pedreiro teria dito para “não encher mais o saco dele e nunca mais procurá-lo para falar de obra”. Em seguida, o pedreiro teria partido para cima do suspeito, agarrando-o pelo pescoço e dando alguns socos, com a ajuda do amigo.

O suspeito alegou que estava meio tonto com a situação, quando sacou a arma de fogo e atirou contra Cleber, ordenando que o comparsa não se aproximasse, e fugiu.

Por fim, ele alegou que já tinha ligado para seu advogado com o intuito de se entregar, porém, acabou sendo abordado por policiais militares no caminho até sua casa.

O suspeito passou por audiência de custódia na última quarta-feira (11), na 1º Vara Criminal de Primavera do Leste, e o juiz Alexandre Delicato Pampado converteu o flagrante em prisão preventiva. (HNT)