A passagem da Tocha Olímpica por Cuiabá nesta quinta-feira (23) terminou com festa e apresentações culturais na Arena Pantanal, no Bairro Verdão. Durante todo o dia, o símbolo olímpico percorreu ruas e avenidas de Cuiabá e de Várzea Grande, região metropolitana da capital. Com o fim do revezamento, a Pira Olímpica foi acesa na frente de seis mil pessoas, segundo a estimativa da Polícia Militar.
Das 300 cidades que participam do revezamento, Cuiabá está entre as 83 que terão uma celebração de encerramento. O palco para a festa foi montado em frente à Arena Pantanal e recebeu shows regionais e apresentações culturais.
Durante o tour por Cuiabá e Várzea Grande, a tocha foi conduzida por 136 pessoas, num percurso de 23 km. O judoca David Moura foi o último condutor da tocha, na capital e acendeu a Pira Olímpica. Segundo ele, carregar o fogo olímpico na cidade natal dele foi emocionante.
“Para mim, essa chama representa o poder de transformação e superação de um atleta. E meu pai me ensinou tudo isso”, disse. O pai de David foi um dos condutores da tocha e a repassou para o filho.
O revezamento da Tocha Olímpica começou no dia 21 de abril na cidade histórica de Olímpia, na Grécia. O percurso teve início exatamente 100 dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos 2016 na cidade do Rio de Janeiro, no dia 21 de agosto.
Protestos
Em todo o percurso nas duas cidades, servidores públicos em greve protestaram contra o governo do estado. Eles cobram a reposição de11,28% referentes às perdas salariais de 2015. Ao todo, cerca de 30 categorias cruzaram os braços no dia 31 de maio.
Durante o encerramento do evento, os protestos continuaram. Os servidores carregaram cartazes e realizaram um apitaço. Formando os arcos olímpicos, um grupo de servidores cobravam o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA). “Aproveitamos a grandiosidade do evento para dar visibilidade à nossa luta”, afirmou o servidor Paulo Henrique Matos.
Os manifestantes acompanharam a chegada da tocha no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Os servidores seguravam cartazes com frases criticando o governador Pedro Taques (PSDB) e contra o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB).
Durante o percurso, os manifestantes acompanharam o comboio do revezamento e chegaram a bloquear, por alguns minutos, a Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, atrasando a saída da tocha na capital por cerca de 15 minutos, segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana da capital (Semob).
Para protestar durante a festa de encerramento, o professor Santino Silva vestiu um terno e usou uma faixa de governador. “Nosso protesto é uma resposta ao governo que está ausente com seus servidores”, disse.