O filme Pânico 6 está de volta com tudo e continua sendo aclamado pelos antigos ao mesmo tempo que conquista novos fãs. Chega a 10 o número de pessoas que vestem a roupa e máscara do Ghostface, ou para os nostálgicos dos anos 90, que amam o terror ao estilo slasher, o eterno “assassino do Pânico”. Segurar uma franquia por 27 anos não é para qualquer um e Pânico VI (Scream VI) chega ao cinema revivendo a nostalgia dos fãs dos filmes que mudaram a forma do terror dos anos 90.
Quem já assistiu aos filmes sabe que a fórmula sempre começa com uma ligação do Ghostface – isso não é spoiler – e uma voz grave e macabra que diz “hello, Sidney”. A partir daí é puro absurdo do terror, no sentido bom da palavra, para quem curte, é claro.
A atriz e modelo Rafhaela Salomão, de Primavera do Leste, 234 a km de Cuiabá, participou da figuração do filme e aparece na “composição de personagens de figuração” da cena mais aterrorizante do filme: a do metrô. No trailer, aos 11 segundos, Rafaela passa na tela numa roda de conversa quando uma das personagens desce a escada.
A experiência foi mesmo individual e a Rafaela descreve como um sonho realizado pois também é fã da franquia. Rafaela está no Canadá há 4 anos e não perdeu a oportunidade de estar inserida. Segundo ela, o Canadá normalmente está na rota de gravações de filmes de terror.
“Aqui no Canadá, principalmente, têm um mercado de filmes de terror interessante. Eu não sei se é porque o clima já combina, tipo essa névoa, frio, as coníferas; parece um lugar perfeito pra filme de terror. Pra mim, foi uma experiência bem legal”, conta.
Rafaela relembra a gravação de uma cena da noite de Halloween, gravada em Montreal no Canadá, mas que, no filme, se passa em Nova Iorque. Ela conta que aparece exatamente na cena do metrô e detalha que a equipe refez o metrô inteiro de Nova Iorque dentro do estúdio para a cena.
“Eu acho lindo ver a mágica do cinema acontecendo e nós estávamos todos com fantasias de Halloween, e o meu principal figurino era muito sexy, E é assim, os personagens, os figurantes que ficavam mais próximos dos atores principais, é claro, eram aquelas fantasias de Halloween mais clássicas, com máscaras aterrorizantes. O meu não era um figurino aterrorizante, muito bonito”, destaca.
Formada em teatro pela Universidade de Brasília e pós-graduada em produção executiva para indústria criativa, ela explica que existe restrição para divulgação sobre locais de gravação, mas contou ao experiências com outros filmes, como no remake de “Esqueceram de mim”.
O filme de 2021 dirigido por Dan Mazer, está disponível no Disney+ (no Brasil, com o título “Esqueceram de mim no lar, doce lar”) e tem a participação do ator Kenan Thompson.
“A experiência foi muito divertida. Eu sou uma atriz apaixonada pelo que eu faço. Sou apaixonada pela arte, pelo cinema e não sou muito acostumada a fazer figuração. Eu estava na cena da igreja mas nem apareci porque, principalmente nessas cenas de igreja, eles procuram um biotipo mais maduro e famílias para aparecer no fundo. Mas eu estava do lado da cena e consegui assistir tudo de perto”, disse.
Ela conta ainda que quase “pagou um mico” por não reconhecer o ator Kenan Thompson.
“Quase chamei atenção dele achando que ele era figuração. Muito aprendizado e, pra mim, eu acho que eu só tenho a agradecer porque eu venho de Primavera do Leste”, conclui.
A onda do Pânico é tão presente na vida dos jovens adultos que tem gente se programando para assistir 6 vezes como no caso do publicitário Thiago Toledo, de 27 anos. Ele nasceu no ano que lançou o primeiro filme e hoje é muito fã. Coincidência ou influência do ano, não sabemos, mas para Thiago o mistério que o filme carrega é que faz todo mundo amar a fórmula pânico.
“Eu gosto do mistério, mas o que diferencia dos outros filmes são os personagens, porque eu me importo com eles. Como eu cresci assistindo é como se eles fossem parte da família já. O primeiro filme foi lançado em 1996, o ano que eu nasci, mas eu lembro que desde que era pré-adolescente, quando tinha uns 12 anos, já assistia todos os que já tinham sido lançados. Eu reunia com meus primos e familiares e assistia. Nenhum dos 3 primeiros filmes eu assisti no cinema”, conta Thiago com muita empolgação.
As primeiras franquias que Thiago cita foram dirigidas por Wes Craven. Foi ele quem remodelou o jeito de fazer terror com humor, e é esse equilíbrio que conquistou os fãs.
Craven também foi o idealizador da “A hora do Pesadelo”, com Freddy Krueger, célebre nos anos 80. O diretor que fez os primeiros sucesso da franquia morreu em 2015, vítima de câncer cerebral.
O editor de imagem, Jardes Johnson Pessoa, de 27 anos, explica que toda nostalgia e fascinação por Pânico está ligada a engenhosidade dos filmes
“O retorno de Pânico nos cinemas é reviver toda a nostalgia de uma franquia que começou lá nos anos 90 e se tornou um clássico. […] essa fórmula slasher¹ – em que há um assassino mascarado e você precisar descobrir quem é – é muito divertida. O Pânico é muito divertido de assistir e isso tem a ver com uma das características que eu mais gosto da franquia que é a metalinguagem. Os produtores trabalham um filme de terror dentro de outro filme de terror e fazem referências a vários filmes do gênero. É isso que faz com que Pânico seja algo muito bacana de se acompanhar até hoje”, explicou Jardes.
O sexto capítulo, aliás, é o gravado sem a participação de sua primeira protagonista, Sidney Prescott, que foi interpretada pela atriz Neve Campbell desde 1996. Thiago é tão apegado que afirma ter ficado de luto.
“Quando eu fiquei sabendo que a Sidney não ia voltar pro sexto filme, eu fiquei uma semana de luto, como se alguém da família tivesse morrido de tão abalado, enfim, triste. E eu assisti, assim deu pra entender que ela não tenha participado, mas eu espero muito que o sétimo filme ela participe”, confessa.
1 – Slasher é um subgênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente. Normalmente são feitos com baixo orçamento, daí são constantemente nomeados como “terror b”.
Fonte: Primeira Página