Padre de MT afirma que menina estuprada durante 6 anos ‘gostava’ dos abusos

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O padre Ramiro José Perotto, de Carlinda (762 km de Cuiabá), afirmou que a menina de 10 anos, vítima de estupro no Espírito Santo, “estava gostando” dos abusos que sofreu. Conforme o representante católico, esse seria o único motivo para que a criança não tivesse denunciado a violência que perdurou por quatro anos. O comentário foi feito em uma publicação do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), compartilhada por Perotto e postada originalmente na última segunda-feira (17).

Ao responder uma internauta, o padre disse que a menina “compactuou” com os estupros e que a criança “gosta de dar”. O caso aconteceu no Espírito Santo e ganhou repercussão após a polêmica que envolve o aborto legal, realizado pela menina que engravidou devido aos abusos constantes.

No seu comentário, a internauta defendeu que obrigar uma mulher a seguir com uma gravidez indesejada é errado e que, obrigá-la a seguir com a gravidez seria nojento. Em seguida, o padre comentou que a internauta deveria aprender a interpretar textos e acusou a menina, de apenas 10 anos, de ter sido conivente com os estupros que sofreu.

“Duvido uma menina ser estuprada com 6 anos por 4 anos e não falar. Aposto minha cara. Ela compactuou com tudo e agora é menina inocente. Gosta de dar então assuma as consequências”, escreveu o padre.

Depois, o católico ainda continuou “você acredita que a menina é inocente? Acredita em papai noel também. 6 anos e por 4 anos não disse nada. Claro, tava gostando. Por favor, gosta de dar então assuma as consequências”, disse.

Repercussão

Depois da divulgação do caso, o padre Ramiro José Perotto desativou a sua conta no Facebook. O Instagram do paróco, no entanto, continua ativo. Internautas indignados teceram críticas ao católico. “Verme”, “blasmefador”, “hipócrita” e “nojento” foram algumas das expressões utilizadas para repudiar a atitude do padre.

Paróquia de Carlinda 

A Paróquia do município de Carlina foi palco de outro escândalo em fevereiro de 2020, quando o padre Vailto Venâncio Filho foi afastado da Paróquia de Carlinda por denúncias de assédio sexual, sofridos por duas vítimas.

Vídeos divulgados pela imprensa flagraram o momento que o líder religioso bateu na bunda de uma das mulheres. Segundo as denúncias, os assédios eram constantes.

Outro lado 

A reportagem do HNT/HiperNotícias tentou contato com a Paróquia de Carlinda, mas não obteve resposta.

Fonte: Hipernotícias