O vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) rechaçou as afirmações do Ministério Público Estadual (MP-MT), que o acusa de fazer uso político e autopromoção com a morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41 anos. Em entrevista nesta quinta-feira, 14 de julho, ele disse que a única pessoa que está fazendo uso político da situação é a vereadora Edna Sampaio (PT), autora dos pedidos de afastamento e cassação de Paccola.
Paccola é investigado por matar Alexandre Miyagawa durante uma confusão em uma distribuidora de bebidas no Centro de Cuiabá, na noite do dia 1º de julho. Ele alega que agiu em legítima defesa, mas sua versão é contestada pelo MP-MT, pediu a prisão preventiva do parlamentar. O pedido foi negado pela Justiça.
“A única pessoa que utilizou essa tragédia, se comportando como um urubu de cadáver, foi a vereadora Edna. O que ela fez é algo repugnante, perante uma tragédia que não tem nenhuma ligação com minha atividade política. Foi única e exclusivamente pelo meu dever de policial”, disse.
Sobre a acusação do Ministério Público, Paccola se disse “consternado” pela afirmação de que estaria fazendo autopromoção com a morte de Alexandre.
“Eu fiquei bastante consternado com o que os promotores colocaram no pedido, falando que eu fiz autopromoção. Todos os senhores aqui sabem, porque tentaram fazer contato comigo, que eu não falei com a imprensa. Só fiz uma fala com a imprensa, que foi em uma coletiva depois de falar com os vereadores, e a nota que foi feita no final de semana, quando os meios de comunicação publicaram o vídeo feito pela namorada do Alexandre”, afirmou.
O vereador afirmou ainda que não está tentando transformar Alexandre em um vilão, mas reforçou que ele também tem culpa pelo ocorrido e listou uma série de comportamentos que estariam em desacordo com ‘seu dever de cumprir a lei’.
“Estou enlutado pela família, logicamente, é um amigo, um colega de trabalho, de profissão, que tinha o dever como eu de cumprir a lei, de seguir as leis, e decidiu por algum momento descumpri-la, se embriagando, permitindo uma pessoa embriagada dirigir o volante, depois com uma arma de fogo, embriagado, ameaçando pessoas”, disse.
Por fim, Paccola afirmou que, mesmo reanalisando a situação, não vê outro procedimento que poderia ter sido adotado naquela noite para evitar a morte de Alexandre. “Não tem absolutamente nenhum procedimento que eu, observando ou reobservando a situação, pense que poderia ter agido ou finalizado de maneira diferente”, pontuou.
Nesta quinta, a Câmara deveria votar o pedido de afastamento de Paccola até a conclusão das investigações. No entanto, o vereador Sargento Vidal (MDB) apresentou um requerimento para que o processo seja analisado primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que adiou a decisão para depois do recesso parlamentar, em agosto. Paccola foi contra o adiamento.
Fonte: Estadão de MT