Ocorrências com insetos agressivos disparam 55% e já superam todo o ano de 2024 em MT

Fonte:

O avanço de enxames em áreas urbanas colocou Mato Grosso em estado de atenção. De janeiro a outubro deste ano, as ocorrências envolvendo insetos agressivos cresceram 55,4%, totalizando 1.256 chamados ao Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT). No mesmo período do ano passado, foram 808 registros. O volume atual também já ultrapassa todo o acumulado de 2024, que fechou com 983 atendimentos.

O pico de acionamentos em 2025 ocorreu em janeiro, com 178 ocorrências, seguido de setembro (173) e abril (143). Em 2024, fevereiro e abril lideraram, ambos com 112 registros. Os meses de maio e junho também se destacaram no ano passado, com 80 chamados cada.

Entre os municípios, Cuiabá lidera com 404 ocorrências, quase o dobro das 185 registradas no ano passado. Na sequência aparecem Várzea Grande (143), Rondonópolis (106), Tangará da Serra (87), Sinop (76) e Primavera do Leste (56). Em todos eles, houve crescimento significativo.

Segundo o diretor operacional adjunto do CBMMT, major Felipe Mançano Saboia, as abelhas respondem pela maior parte dos atendimentos, principalmente quando formam enxames próximos a residências ou áreas públicas movimentadas.

“Na maioria das vezes, essas ocorrências não oferecem risco imediato, mas é necessário ter cautela. Em enxames maiores, os insetos podem se sentir ameaçados e atacar, causando ferimentos em pessoas e animais. O perigo é ainda maior para pessoas alérgicas, idosos e crianças. Por isso, orientamos que a população evite qualquer aproximação e acione o Corpo de Bombeiros”, destacou.

Enxameação explica explosão de casos

Para o professor de Apicultura da UFMT, Afonso Lodovico Sinkoc, o aumento das ocorrências “tem relação direta com o comportamento das abelhas africanizadas, que intensificam a enxameação no início das floradas, quando há maior oferta de alimento”.

“A enxameação é o processo natural de multiplicação das colônias. As abelhas africanizadas são altamente enxameadoras, e a melhoria na disponibilidade de alimento favorece esse processo. Isso explica o crescimento observado de 2024 para 2025”, afirma.Ele aponta ainda que o salto no número de enxames se reflete diretamente nas áreas urbanas, onde a população tende a acionar o Corpo de Bombeiros diante de qualquer ameaça aparente.

“Os maiores aumentos ocorreram justamente em cidades grandes, como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop. Em Cuiabá, por exemplo, o crescimento chega a cerca de 115%”, explica.

Como evitar picadas

– Evite movimentos bruscos ao se deparar com um enxame.
– Use roupas protetoras ao trabalhar em jardins ou áreas rurais.
– Mantenha alimentos e bebidas cobertos em ambientes abertos.
– Oriente crianças a manterem distância e chamarem um adulto.

Prevenção em casa

– Verifique vedação de portas e janelas e instale telas sempre que possível.
– Faça reparos em rachaduras ou frestas.
– Mantenha o ambiente limpo, sem restos de comida ou lixo acumulado.
– Evite água parada para impedir a proliferação de insetos.

O que fazer em caso de picada

A orientação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) é lavar a área com água e sabão, retirar ferrões e aplicar compressas frias. Pessoas alérgicas devem buscar atendimento imediato se houver dificuldade de respirar ou inchaço na garganta.

Em casos de múltiplas picadas, o risco de intoxicação é elevado e o atendimento médico deve ser procurado rapidamente.

Retirada segura

A recomendação é não tentar remover enxames por conta própria. O Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo telefone 193. Em situações específicas, apicultores especializados também podem auxiliar na retirada.  (Leiagora)