As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na Avenida Fernando Corrêa, na região do Coxipó, em Cuiabá, devem ser realizadas no período noturno, segundo o secretário adjunto do VLT, José Picolli. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, ele avalia que a retomada do projeto deve criar pelo menos dois mil empregos de forma direta. A intenção, com as obras a noite, é minimizar os impactos para a sociedade.
“O trecho mais complicado na questão de obras e impacto para a sociedade é do Coxipó. Então, provavelmente, nós vamos trabalhar sempre no período noturno para que não impacte nos motoristas que utilizam a via. Hoje, durante o dia, o trânsito já é pesado sem nenhuma intervenção, imagina com a gente mexendo”, disse o secretário ao Olhar Direto.
Picolli ainda explica que a medida também é importante para a qualidade da obra: “Imagina que está vindo um caminhão de concreto neste trânsito e demora duas horas para chegar. O concreto acaba perdendo qualidade, começa a ‘dar pega’ dentro do caminhão. Além do que você vai ficar com sua obra parada duas horas esperando o veículo chegar. Por isso a noite é bem melhor, sem contar o clima para os trabalhadores”.
A situação não deve ser a mesma na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA): “Lá não tem tanto movimento durante o dia. Então poderemos trabalhar tranquilamente, naquela parte depois do Shopping Pantanal e do Grande Templo. Não se compara ao fluxo de veículos da avenida Fernando Corrêa e as vias são maiores”, explica o secretário.
Picolli, que foi diretor de implantação do VLT carioca, adianta que serão “várias frentes, no mínimo oito. Se necessário, para cumprir o cronograma, podemos abrir mais cinco, seis, oito. Se eu tiver problema em algum trecho, eu vou para outro e depois que estiver resolvido eu volto para lá. É engenharia isso. Não preciso daquela parte para seguir em frente”.
A expectativa do secretário adjunto é que com a retomada das obras do novo modal, entre 1.500 e 2 mil empregos sejam criados de forma direta: “Acredito que indiretamente, serão quase seis mil pessoas tendo uma oportunidade. Tem o pessoal da marmita, de outras partes que são necessárias na obra. É bom para todos”.
Projeto
O modal terá dois eixos, Aeroporto-CPA e Centro-Coxipó, e será implantado no canteiro central das avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande; XV de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça, Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, totalizando 22 km de extensão.
Análise e acordo
O Ministério Público Estadual (MPE) iniciou a análise do acordo firmado entre o Governo do Estado e o consórcio responsável pela retomada das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O documento foi entregue no último dia 31, pelo governador do Estado, Pedro Taques, e sua equipe, ao promotor de Justiça André Luis de Almeida, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa da Capital.
O Estado acordou em pagar R$ 922 milhões para a conclusão integral da implantação do modal. A previsão é de as obras sejam concluídas em 24 meses.
No acordo firmado entre o Governo e Consórcio, a primeira etapa da obra será finalizada em março de 2018 e compreende o trecho entre o aeroporto de Várzea Grande até a estação do Porto, em Cuiabá.
Até dezembro de 2018 deverá entrar em funcionado todo o trecho da linha 1, num total de 15 quilômetros, entre o aeroporto de Várzea Grande e o Terminal do Comando Geral, na Capital. Já a linha 2, que compreende o trecho de 7,2 km entre a avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) e o Parque Ohara, no Coxipó, será entregue até maio de 2019.