A primeira pergunta que faço para uma pessoa que quer ser candidato a um cargo eletivo é: quem você é? Parece uma pergunta simples com uma resposta simples, mas poucas pessoas sabem definir claramente quem elas são. Em um processo eleitoral, é muito importante saber quem realmente você é, porque, literalmente, esse é o primeiro passo para saber se as pessoas estão te enxergando da forma correta ou não.
É esse posicionamento público o que vai garantir se você será percebido ou não pela sociedade. A sua essência é o que dará autenticidade e a conquista do seu próprio espaço na mídia e no imaginário dos eleitores.
Não existe uma fórmula mágica que o pretendente a um cargo público tem que trilhar, o que existe é o compromisso com a verdade na hora de comunicar. E esse compromisso passa por saber quem você é, como quer que as pessoas te vejam e o que você pode fazer para ajuda-las.
Em um mundo em que a informação chega por inúmeros veículos e está a todo instante na palma da mão, ser autêntico pode lhe aproximar de pessoas que coadunam com o mesmo pensamento e ideais.
Antigamente, a crença que pairava era que apenas o populista, aquele que está sempre dando tapinha nas costas, ou na beira do campo de futebol, ou percorrendo feiras, seria quem o eleitor iria votar. Em parte, essa crença tem uma certa razão. Contudo, hoje, o eleitor olha além disso. Quer o político simpático, que abraça e recebe muito bem, mas, principalmente, quer pessoas comprometidas com ideais, resolutivas e que entregam.
Com a democratização do acesso à informação e com o advento das redes sociais, qualquer um pode mostrar o que faz, como faz e defender suas ideias. O público é ilimitado. Você atinge pessoas com o mesmo pensamento, e também aquelas que irão te criticar. Aí é que mora o grande perigo, se você não sabe quem é, não dá para controlar como as pessoas irão lhe enxergar.
Nesse sentido, se você é um bom gestor, que realiza entregas, suas ações precisam vir antes de você. O eleitor precisa te conhecer por meio do trabalho/serviço que você realizou, seu curriculum irá lhe anteceder, o que vai abrir portas para galgar voos maiores. Nesse caso específico, o necessário é não ser arrogante e fazer com que aos poucos as pessoas lhe conheçam. Uma estratégia bem definida, que mostre quem você é, para que possa construir sua imagem ao longo de tempo, poderá resultar em um sucesso a médio e longo prazo.
Já o populista, ele terá seguidores, porque suas ideias agradam e estão no senso comum. Mas, como digo sempre, não irá prevalecer por muito tempo, pois apesar da superficialidade em que vivemos, aos poucos a “máscara” vai cair, pois o que você “vende” como homem público não irá se sustentar por muito tempo.
LAICE SOUZA é jornalista e atualmente ocupa o cargo de Secretária de Estado de Comunicação de Mato Grosso