O ex-presidente e candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu, nesta quinta-feira (25), em entrevista ao Jornal Nacional, erros da ex-presidente Dilma Rousseff na economia. Ele ainda chamou o orçamento secreto de “escárnio” e disse que quer pacificar o país.
Lula é o terceiro candidato a ser entrevistado nesta semana pelo JN. Na segunda-feira (22) foi o presidente Jair Bolsonaro (PL); na terça (23), o candidato Ciro Gomes (PDT). Nesta sexta-feira (26) é a vez de Simone Tebet (MDB).
Foram convidados os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha em 28 de julho. André Janones (Avante), que estava entre os cinco, retirou a candidatura.
Um sorteio realizado em 1º de agosto com representantes dos partidos definiu as datas e a ordem das entrevistas. Lula falou sobre pacificar o país quando foi questionado sobre MST.
Ao dizer que o MST não é mais o mesmo de 30 anos atrás, ele emendou com uma fala de que fazendeiros apoiam Bolsonaro porque o presidente está facilitando acesso a armas de fogo no campo.
Mas, segundo Lula, arma não é a solução. Foi quando ele disse que quer pacificar o país.
“O MST está fazendo uma coisa extraordinária, está cuidando de produzir, não sei se você sabe, o MST hoje tem várias cooperativas, o MST é o maior produtor de orgânicos do Brasil você tem que visitar uma cooperativa do MST, Renata, você vai ver que aquele MST de 30 anos atrás não existe mais. Agora, o Bolsonaro está ganhando do Fazendeiro porque está liberando arma, tem gente que acha que é bom ter arma em casa, que acha que é bom matar alguém, não, o que nós queremos é pacificar esse país”, disse Lula.
ERROS DE DILMA – Questionado se adotaria a política econômica de seus mandatos ou se aplicaria ideias do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, sua aliada e sucessora, Lula reconheceu erros da gestão da presidente.
“Eu acho que a Dilma cometeu equívoco na questão da gasolina, ela sabe que eu penso isso. Acho que cometeram equívoco na hora que fizeram 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal de 2011 a 2040, sabe”, disse Lula.
ORÇAMENTO SECRETO – Outro tema tratado na entrevista foi o orçamento secreto.
Lula chamou a prática de “escárnio”.
“Hoje não é só o presidente da república, não. Os governadores do estado estão refém dessas emendas secretas também. Porque antigamente o deputado ia conversar com o governador pra fazer a aplicação de verba. Hoje os deputados não conversam mais. Tem deputado liberando duzentos milhão, cento e cinquenta milhões, cem milhões. Isso é um escárnio. Isso não é democracia”, argumentou Lula.
“BOBO DA CORTE” – Na entrevista, o ex-presidente investiu contra o presidente e seu principal rival na corrida ao Planalto, Jair Bolsonaro.
O petista disse que Bolsonaro “parece bobo da corte”.
“Acabou o presidencialismo, o Bolsonaro não manda nada, o Bolsonaro é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro sequer cuida do orçamento, sequer cuida do orçamento”, falou.
Lula afirmou que “quem cuida” e “libera verba” é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“O ministro liga para ele [Lira], não liga para o Presidente da República. Isso nunca aconteceu desde a proclamação da República”, disse Lula.
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