O percentual cresce a cada ano. Em 2019, o número de empresas abertas em nome de mulheres aumentou 21,52% em relação a 2018. Já em 2020, mesmo com a pandemia, saltou para 16,15%. No ano de 2021 subiu mais 33,9% em relação ao ano anterior.
No caso dos registros de Microempreendoras Individuais (MEI), elas são 106.498, que significa 45% de um total de 266.017 MEIs cadastradas em Mato Grosso, até 28 de fevereiro.
Um exemplo é a ceramista Julia Rodrigues da Conceição, 58 anos. Ela abriu a Pote Cheio Artes em setembro de 2022, mas há 43 anos atua como artesã. Com o aumento de pedidos de restauração de imagens de santos e pedidos de obras e artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes, ela se viu obrigada a formalizar para emitir notas fiscais e participar de cartas convites junto ao poder público.
“Nós mulheres temos quebrado tabus, somos tão inteligentes quanto os homens e estamos avançando. Antes a mulher era tratada como alguém atrás dos homens, mas estamos nos qualificado e empreendendo”, declarou a ceramista.
As mulheres são as que mais acessam as linhas de créditos da Desenvolve-MT. De 2019 até agora, 51,53% dos créditos liberados na agência são destinados a mulheres empreendedoras em todas as modalidades: capital de giro, turismo, empresarial, empreendedor, transporte, entre outras. Os dados incluem os do programa Banco da Mulher Empreendedora.
De 1º de janeiro a 28 de fevereiro deste ano já foram liberados R$ 2,3 milhões em créditos para mulheres. No ano passado, R$ 11,8 milhões foram destinados para projetos para o público feminino e em 2021 foram R$ 10,7 milhões.
A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, que é madrinha do projeto Banco da Mulher, destaca a importância dos incentivos e também da qualificação profissional.
“Os números mostram por si que a mulher está empenhada e cada vez mais independente. Incentivar e dar oportunidade às mulheres é fundamental, bem como proporcionar a qualificação profissional. A mulher financeiramente e emocionalmente forte é uma mulher confiante e ninguém segura”.
Para a secretária adjunta de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Eulália Oliveira, os dados são reflexo do empreendedorismo feminino, que despontou mais ainda durante a pandemia, como mostram os dados da Jucemat. No período de restrições, muitas montaram o próprio negócio, se tornaram MEI, buscando também regularizar a situação e legalizando a atividade junto ao Governo.
“Muitas mulheres começaram o próprio negócio apenas para complementar a renda e deu tão certo, que a atividade passou a ser a principal. Com isso, buscaram formalizar a empresa e acessar financiamentos e linhas de crédito”, comentou Eulália.