A contratação do goleiro Bruno, condenado por feminicídio, para atuar no Clube Operário de Várzea Grande, tem causado burburinho e repercutido de forma negativa, em Mato Grosso.
Dezenas de cuiabanos e várzea-grandenses participam de grupo de WhatsApp chamado “Goleiro Bruno #Não”, o intuito é promover atos de repúdio para impedir que o ex-goleiro do Flamengo jogue pelo time.
A procuradora Glaucia Amaral, que também é presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM/MT), disse ao que o grupo foi criado no domingo (19) para organizar a população. “Todo mundo se indigna, mas acaba que a gente não se organiza. O grupo surgiu para isso”, explica.
Cerca de 100 pessoas estão participando do coletivo. Além disso, o Bloco de Mulheres marcou um ato de repúdio para a próxima terça-feira (21), às 19h, na Arena Pantanal, endossado pelo grupo “Goleiro Bruno #Não”.
Glaucia explicou que com as organizadoras do bloco é estudado a possibilidade de transferir o ato para o estádio Dito Souza, em Várzea Grande, onde acontece a estreia do Operário, na próxima terça à noite.
A administradora explica que a comunidade surgiu para criar ações e que não irá parar apenas em um ato de repúdio, a intenção é lutar contra a vinda de Bruno. “Vamos aos patrocinadores com uma carta explicando o que está acontecendo”, disse.
Revolta
Conhecido como “Chicote da Fronteira”, o Operário tem sofrido com a pressão dos torcedores e da população da região metropolitana que são contrários à vinda de Bruno. Imagens circulam nas redes sociais, em que aparece o clube com a estampa de “Vergonha da Fronteira”, fazendo trocadilho com o apelido do time.
Um dos argumentos contrários à contratação é o de que Bruno não pode ser tratado como ídolo, depois de ter cometido um crime brutal, em que ele não demonstra arrependimento, visto, que até hoje não informou onde enterrou o cadáver da sua ex-companheira Elisa Samudio.
Ele foi preso em 2010 e condenado em 2013 por homicídio triplamente qualificado. Em menos de dois anos foi transferido para o regime semiaberto.
Na sexta-feira (17), a Justiça de Minas Gerais autorizou a transferência do goleiro Bruno, de Varginha (Minas Gerais), onde cumpre pena em regime semiaberto, para a cidade de Várzea Grande.
O processo será encaminhado para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que passará a cuidar da pena alternativa do goleiro – Veja aqui
Outro Lado
Ao , a assessoria do Operário declarou que o clube está trazendo Bruno para ajudar nas conquistas de 2020.
“Ele está apto a trabalhar e é isso que o Operário quer. Que ele trabalhe e ajude o clube”, afirmou.
Questionados sobre a revolta popular e os atos que estão emergindo, a assessoria se limitou a responder que todos tem o direito de manifestar.
“O clube acredita que ele pode ser ressocializado a sociedade”, argumenta.
Fonte: Repórter MT