Uma mulher de 46 anos foi atacada por piranhas no Lago do Manso, na região do restaurante Trapiche Xaraés, e teve parte do dedinho do pé arrancado. O fato aconteceu no último da 14 de dezembro, mas a filha dela, Isadora Campos, publicou uma reclamação recentemente no grupo “Aonde não ir em Cuiabá”. Segundo ela, não havia placas informando do perigo, e sua família foi orientada a ficar dentro de uma grade de proteção onde, mesmo assim, sua mãe foi atacada pelo peixe.
Isadora não mora em Cuiabá. Ela veio visitar a mãe e decidiram aproveitar o domingo no restaurante Trapiche, no lago do Manso. Antes de irem, ligaram para perguntar se a área de lazer estava funcionando normalmente, e tiveram uma resposta positiva. Chegando no local, os visitantes foram até um quiosque e entraram na água, onde permaneceram por um tempo. Foi só quando o tempo fechou que um funcionário veio avisar que o local “tinha piranhas naquele horário”. O funcionário orientou a família a tomar banho dentro de um espaço com grade de proteção.
A mãe de Isadora havia ficado na água por um longo período junto com os netos, uma menina de três anos e dez meses e um menino de nove meses. Depois do almoço, ela voltou para a água, desta vez dentro da área que o funcionário havia dito que era segura.
“Quando vi que minha mãe estava ameaçando sair [da água], minha filha foi se lavar na água para tirar o grosso da areia. Minha filha foi até minha mãe, e na hora que já estava todo mundo lá o funcionário falou pra mim que uma menina de 11 anos tinha sido mordida algumas horas antes. Eu tirei minha filha, fui terminar de lavar ela no chuveiro e minha mãe já estava saindo e foi mordida. Quando ela saiu da água o pessoal do restaurante fez os primeiros socorros. O pessoal do restaurante estava com ela e várias outras pessoas estavam indo para a água, vi que tinha um monte de criança para entrar e eu saí correndo pra avisar”, contou Isadora ao Olhar Direto.
Segundo a vítima, não havia nenhuma placa indicando que havia piranhas no local, e mesmo após sua mãe e a outra menina de onze anos terem sido atacadas, os funcionários não orientaram os presentes a saírem da área cercada com a grade de proteção. “Na segunda-feira eu mandei mensagem pro restaurante perguntando se estava funcionando normal, e eles falaram que era tranquilo, sendo que um dia antes duas pessoas haviam sido atacadas”, lamenta Isadora.
Vídeo mostra que local não tinha placas informativas
No dia seguinte ao ocorrido, o restaurante disse que era seguro ir ao local com crianças
Em nota, o restaurante disse que o ataque acontece porque a área fica na natureza. Também disseram que identificaram que a grade de proteção está quebrada, e será consertada em breve. Leia a íntegra:
Nota do restaurante
Somos uma restaurante à beira de um lago, ambiente de natureza, e deixamos isso bem claro quando nos mandam mensagens pedindo informações. Tentamos fazer o máximo possível para oferecer segurança aos clientes, porém não temos poderes divinos.
Assim como você pode ir a uma cachoeira e ser picado por cobra, ir à praia e ter tubarões, água viva.
É sabido, que em todo o lago tem piranhas. O lago é formado por rios da nossa bacia e nela tem piranha. Fizemos as telas numa forma de minimizar o risco e assim é.
Quando a criança foi mordida e não teve seu dedo arrancado como disse, imediatamente pedimos para todos saírem do cercado, inclusive a sua mãe e a mesma se recusou a sair.
Nesse dia, um grupo de rapazes subiram na tela e fazendo a vistoria verificamos que a grade foi quebrada, o que já providenciamos o conserto.
Lamentamos muito o ocorrido, não queremos que isso ocorra com ninguém, mas responsabilizar e ferir a imagem do restaurante por conta da imprudência da sua mãe, em não ouvir os garçons, não é correto.
Quanto ao pagamento dos R$ 50,00 reais de Day Use, este é cobrado pelo condomínio e não pelo restaurante. Mas todos também recebem essa informação antes de ir, podem ir ou não. A praia precisa de uma manutenção diária, é necessária limpeza, jogar areia, passar esteira, e muito mais, e isso tem gastos.
Estamos a 100 km de Cuiabá, nossa logística de funcionamento não é fácil. Temos em torno de 20 famílias que dependem desse negócio, e dão o sangue para que vocês cheguem e passem um dia agradável.
Famílias que atravessam aquele lago de barco dia e noite, deixam seus filhos, maridos, familiares para tirarem o seu sustento.
Nossos filhos crescem sem passarmos o final de semana com eles, para proporcionarmos isso a vocês.
É muito fácil criticar, postar nas redes sociais. Pessoas essas com fotos e postagens bíblicas em seus perfis, e hora de serem empáticas e agirem com amor ao próximo, jogam pedras.
E falo isso não só pela nossa empresa não, falo por todas. Aos que gostam de criticar, queríamos ao menos 1 mês cuidando e administrando tudo isso.
Se esse momento ao qual todos estamos passando, essa pandemia, não serviu para cada um ser uma pessoa melhor, nada mais faz sentido.
Fonte: Olhar Direto