MT tem o epicento da chikungunya: São 564,3 casos para cada 100 mil habitantes

Fonte:

Unidades de pronto-atendimento de Mato Grosso estão abarrotadas de pessoas com sintomas e os leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) lotados com pacientes graves.

Mato Grosso, sem dúvida, continua sendo o epicentro da chikungunya em 2025. O que acontece nos serviços de Saúde aparece também nas estatísticas.

De acordo com dados do painel de monitoramento da chikungunya, do  Ministério da Saúde, em Mato Grosso já foram confirmados 21.648 casos.

Esse número aponta uma incidência de 564,3 casos por 100 mil habitantes. Isso representa quase seis vezes mais que o segundo colocado.

Reprodução

Epidemia - sintoma

Dores nas articulações são um dos principais sintomas da chinkungunya, segundo as autoridades sanitárias

Com incidência de 99,6 para cada 100 mil habitantes, Mato Grosso do Sul aparece em segundo. Lá, segundo as estatísticas oficiais, foram diagnosticados 2.890 casos com um óbito.

Aqui, 23 mato-grossenses tiveram a chikungunya confirmada como causa de seus óbitos. E ainda há outras 12 mortes que estão sendo investigadas.

As mortes de mato-grossenses representam 80% dos óbitos confirmados no país até sexta-feira (14). Até agora, o Ministério da Saúde confirmou 28 óbitos e tem 45 sob investigação laboratorial.

O painel das arbovirores aponta ainda que, no Estado de Mato Grosso, 63% dos casos de chikungunya são de mulheres.

A maioria, nas faixas etárias dos 30 aos 59 anos. A faixa etária com maior incidência é a dos 40 aos 49 anos, com  2.627 casos. Em seguida, aparece a faixa dos 30 aos 39, com 2.309 registros.

Já nas mulheres com idade entre 50 e 59 anos, foram diagnosticados 2.226. As faixas com as menores incidências, tanto entre homens quanto entre as mulheres, são com idade abaixo dos quatro anos. Mesmo assim, entre os bebês de zero a um ano, já foram diagnosticados 172 casos da doença.

Para quem não se recorda, em 2024, com 21 mortes e 18.561 casos, dos 36 ocorridos no país, Mato Grosso também figurou como o epicentro da doença.

FORÇA NACIONAL – Na sexta-feira (14), o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, pediu o apoio da Força Nacional do SUS para o planejamento das ações de combate às arboviroses no Estado.

A ideia dele é intensificar o trabalho de prevenção e combate, especialmente em Cuiabá e Várzea Grande, os dois municípios que somam mais da metade dos óbitos confirmados.

Pacientes diagnosticados com a doença narram situação de pânico e sequelas graves. A dona de casa Lorentina Silva, 59 anos, disse que pensou que iria morrer. Ela recebeu o diagnóstico da doença há dois meses e ainda sofre com inchaço e dores nas articulações. “Perdi seis quilos e ainda estou muito fraca. Fiquei desidratada e as plaquetas caíram”, narra ela.

Agora, dona Lorentina aguarda a consulta com um reumatologista porque está com os pés e mãos inchados e ainda sente dores fortes. Ela disse que não conseguiu atendimento na especialidade na rede pública e mesmo no serviço privado teve divulgada para agendar consulta.

A servidora pública Mariana Moraes Silva, 29 anos, apresentou os primeiros sintomas da doença há 40 dias e, desde então, tem dificuldades de locomoção.

“Recorri ao serviço de pronto atendimento pelo menos umas cinco vezes nos primeiros 15 dias dos sintomas”, recorda

.Após a fase aguda, com febre, fortes dores na cabeça e nas articulações, entre outros sintomas, Mariana diz que está com movimentos limitados.“Há dias em que os pés e mãos amanhecem inchados e não consigo caminhar”, reclama ela.

“Movimentos simples, como firmar os pés no chão assim que saio da cama se tornaram pesados e cansativos”, detalha a servidora. Agora, Mariana está fazendo tratamento e acompanhamento com reumatologista.

No caso da faxineira Benedita Carmem da Silva, de 45 anos, as sequelas da chikungunya extrapolam as dores e inflamações nas articulações – joelhos, pulsos e tornozelos.

Por causa das queixas de cansaço e falta de energia, ela foi orientada a buscar avaliação cardiológica.

“Fiz o primeiro exame há um mês e o cardiologista disse que identificou um pequeno inchaço no meu coração. Estou bem preocupada com o que ouvi dele”, diz ela.

Na próxima semana, ela deve realizar mais exames cardiológicos para verificar se alteração identificada na fase aguda da doença desapareceu ou não.

Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são

-:Febre

– Dores intensas nas articulações

– Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa)

– Dor nas costasDores musculares

– Manchas vermelhas pelo corpo

– Prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés

– Dor de cabeçaDor atrás dos olhos

– Conjuntivite não-purulenta

– Náuseas e vômitos

– Dor de garganta

– Calafrios

– Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).   (Fonte: Diário de Cuiabá)