O Governo de Mato Grosso entregou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para importação da vacina Sputnik V, fabricada pela Rússia.
Além do Estado, as solicitações foram feitas pelo Acre, Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Sergipe.
Nesta semana, o governador Mauro Mendes (DEM) anunciou a aquisição de mais de 1,2 milhão de doses do imunizante russo.
A quantidade faz parte de um total de 37 milhões de doses da Sputnik V, negociadas diretamente pelos Consórcios dos Governadores da Amazônia Legal e do Nordeste.
A previsão é de que os últimos lotes cheguem até julho deste ano.
Segundo a Anvisa, o pedido dos estados será analisado conforme a resolução que estabelece os requisitos que devem ser cumpridos para autorização excepcional e temporária de importação de medicamentos e vacinas contra a Covid-19.
Em nota, a agência informou ainda que uma reunião técnica entre a diretoria e os governadores deverá ocorrer na semana que vem para tratar do procedimento de autorização.
“A Anvisa permanece comprometida com a disponibilização de vacinas à população em tempo oportuno e com a devida segurança, qualidade e eficácia. Assim, segue atuando conforme os procedimentos científicos e regulatórios necessários à autorização desses produtos”, afirma a nota.
A Sputnik V possui eficácia comprovada de 91,6% contra a doença e foi liberada no último dia 30 de março pela Anvisa.
“A vacina é extremamente importante para que nós possamos sair dessa pandemia. Essa aquisição vai nos ajudar a salvar as vidas e os empregos dos mato-grossenses”, disse o governador, durante assinatura do contrato, na última quarta-feira (31).
De acordo com Mendes, o contrato é fruto de uma longa corrida em busca da compra direta de vacinas, que começou já no ano passado.
“A negociação foi feita entre os estados da região amazônica, ao qual Mato Grosso pertence, e também com o Consórcio Nordeste. Coube a Mato Grosso essa cota da vacina, para que nós possamos acelerar o programa de vacinação aqui no estado. Buscamos embaixadas, fabricantes e todos os meios possíveis para conseguir chegar até esse resultado”, afirmou.
De acordo com o contrato, o Estado irá adquirir um total de 1.201.500 doses, sendo necessária a aplicação de duas doses por pessoa para a imunização completa, assim como ocorre com a Coronavac.
Cada dose custará U$S 9.95 dólares, resultando em um total de U$S 11,95 milhões – cerca de R$ 67,3 milhões.
Contudo, há o risco de o Governo Federal assumir a compra das doses negociadas.
Isso por que está previsto na legislação brasileira que toda vacina comprada diretamente por municípios e estados, assim como pelo setor privado, sem o intermédio do Ministério da Saúde, deverá ser incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI).
Assim, o Governo Federal pode pagar ou ressarcir a todos os estados dos consórcios pelas doses.
Fonte: Diário de Cuiabá