O aumento significativo de casos e óbitos decorrentes da dengue e chikungunya trouxe a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) a Mato Grosso. Na Capital, os representantes da Força Nacional discutiram com técnicos da Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) e das prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande estratégias e ações de enfrentamento à epidemia das duas doenças.
Neste ano, até o momento, Mato Grosso registra 17.672 casos confirmados e 23 óbitos confirmados decorrentes da chikungunya, além de 11.394 casos confirmados e oito mortes comprovadas por dengue.
A Força Nacional é uma iniciativa do Ministério da Saúde (MS), que, acionada, auxilia estados e municípios em situação de emergência, oferecendo assistência especializada em saúde, apoio técnico e logístico, diagnóstico situacional rápido, entre outros.
Secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo informou que pediu o apoio da Força Nacional para o planejamento de combate às arboviroses no Estado, principalmente, para intensificar o trabalho nas duas maiores cidades em termos populacionais do Estado.
“O apoio da Força Nacional para o planejamento de estratégias será fundamental, pois precisamos fortalecer a atenção básica e primária para que não haja uma sobrecarga ainda maior dos hospitais. Também é imprescindível o diálogo com a população, já que mais de 80% dos criadouros do mosquito estão em ambientes residenciais”, disse.
Também entre as medidas adotadas pelo órgão estadual de Saúde está a instalação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública por Arboviroses e Vírus Respiratórios (COE-ArboVR), em sua sede, localizada no Centro Político Administrativo (CPA), na Capital.

Segundo a SES-MT, o COE-ArboVR terá a participação de representantes de diversas entidades e secretarias, tanto estaduais quanto municipais, incluindo o Ministério Público e outras organizações.
Entre as ações diretas do COE, estão a coordenação e o gerenciamento das medidas necessárias para o enfrentamento de emergências em Saúde Pública, monitorando a situação, articulando com gestores do SUS e implementando planos de contingência.
O centro também será responsável por divulgar informações à população e profissionais de Saúde, elaborar relatórios técnicos e avaliar os impactos nos serviços de Saúde.
Ainda no encontro foram feitas recomendações às secretarias municipais de Saúde, como ampliação do horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), sem intervalo de almoço; priorização de atendimento de grupos de risco; fortalecimento da vigilância epidemiológica e intensificação das medidas de controle vetorial.
Conforme a SES-MT, as secretarias municipais também devem ampliar a vigilância genômica e estabelecer fluxos para o envio das amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen-MT), com preferência para análises genômicas e fazer campanhas para incentivo ao aumento das taxas de imunização contra a dengue, chikungunya e zika.
Secretário-adjunto de Atenção e Vigilância em Saúde do Estado, Juliano Melo reforçou que é importante melhorar o acesso da população aos serviços de Saúde Pública e que o fumacê, técnica muito solicitada em situações de epidemia, pode não ser a solução mais eficiente para a maioria dos casos.
“É preciso resgatar as ações de base para eliminar os criadouros e diminuir a infestação pelo mosquito. Nós já optamos por fazer fumacê não veicular, com bomba costal, desde sempre na rotina do agente de endemia e ela tem uma eficiência muito maior e muito mais interessante do que o fumacê feito em veículos”, afirmou.
FORÇA-TAREFA – Já o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL) anunciou uma grande força-tarefa para combater o avanço das arboviroses e pediu a colaboração dos entes públicos para ampliar as ações de atendimento e prevenção. Brunini frisou que os casos graves das doenças têm crescido entre crianças e idosos.
Com a força-tarefa anunciada, a Prefeitura de Cuiabá espera intensificar o combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão das doenças, bem como ampliar a rede de atendimento para garantir suporte à população afetada pelo surto de casos provocado pelas arboviroses.
Também para lidar com a situação, a prefeitura acelerou as obras do novo Centro Médico Infantil e decidiu transformar a Policlínica do Planalto em uma unidade de atendimento pediátrico. (Fonte: Diário de Cuiabá)