MPF vai investigar general cuiabano por suposta prevaricação diante de ataques em Brasília

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O Ministério Público Federal (MPF) acatou uma notícia-crime contra o comandante do Exército, o general cuiabano Júlio César de Arruda, por suposta prevaricação e por não ter desmobilizado os acampamentos formados nas portas de quartéis, por manifestantes contrários à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

A notícia-crime foi apresentada pela deputada eleita Luciene Cavalcante (PSOL-SP). Ela assumiu a cadeira de Marina Silva na Câmara dos Deputados, que assumiu a pasta do Meio Ambiente no Governo Federal.

De acordo com Cavalcante, o fato de o general cuiabano não ter agido para desfazer os acampamentos, permitiu que se gerasse o clima que resultou na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, no dia 8 de janeiro deste ano.

Na denúncia, a deputada ainda recorda que os militares do Exército fizeram um “cordão de isolamento” na frente do Quartel General do Exército, em Brasília, que adiou a prisão dos vândalos que participaram das invasões aos edifícios dos Poderes da República.

“Os depoimentos feitos à Polícia Federal demonstram que o acampamento do Distrito Federal foi estratégico para o ato golpista, e nesse sentido é urgente investigar os relatos que dão conta da participação, seja por ação ou por omissão, do alto comando do Exército”, afirma a parlamentar.

Júlio César de Arruda foi nomeado nos últimos dias do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele foi escolhido por Lula seguindo o critério de antiguidade entre os generais brasileiros de quatro estrelas.

Ao acatar a notícia-crime, o MPF vai fazer a própria investigação e pode, ou não, encaminhar denúncia oficial à Justiça.

Fonte: Repórter MT