MPF abre processo para acompanhar a viabilidade do VLT

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O MPF (Ministério Público Federal) instaurou um Processo Administrativo para acompanhar a definição das alternativas para reestruturar o plano de implantação dos corredores que deveriam abrigar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), em Cuiabá e Várzea Grande.

Conforme a portaria de abertura, assinada pela a procuradora Denise Nunes Rocha Muller Slhessarenko, no dia 11 de julho de 2019, quando foi criado, dentro do Ministério do Desenvolvimento Regional, via Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos, o Grupo de Trabalho Mobilidade Cuiabá, responsável por estudar e analisar as alternativas de solução para a implantação desse sistema de transporte em Mato Grosso.

De acordo com o MPF, entre as atribuições desse grupo estão a apresentação de relatórios de serviços, equipamentos e das obras entregues, além de cuidar da gestão financeira da execução contratual, custos adicionais, as perspectivas jurídicas, gestão de riscos e enfim as alternativas técnicas ao empreendimento.

O procedimento administrativo foi instaurado para acompanhar “definição das alternativas de solução à reestruturação do empreendimento de implantação de corredores para VLT, em Cuiabá/Várzea Grande, que se encontra paralisado”.

Denise Slhessarenko destacou que o contrato de concessão dos serviços de transporte coletivo de Cuiabá foi firmado em 23 de dezembro de 2019.

Isso poderia impactar na definição quanto à reestruturação da implantação do VLT, pois o estudo sobre a viabilidade, feito pela Secretaria Nacional de Mobilidade e pelo Governo de Mato Grosso, foi concluído somente em março deste 2020.

E esses dados ainda serão avaliados pelo Poder Executivo, para que só então o governador Mauro Mendes (DEM) decida se irá continuar a implantação e operação ou não dos trens.

RELEMBRE – O projeto do VLT foi criado menos de dois anos antes da Copa do Mundo da Fifa 2014.

Submetido à Assembleia, Legislativa presidida na época pelo então deputado José Riva (sem partido), pela equipe comandada pelo então governador Silval Barbosa (MDB), previa a construção de 22 quilômetros de trilhos, com dois itinerários, e a previsão de entrega era para o mês de março de 2014.

A intenção, diziam eles e vários outros políticos que apoiaram a iniciativa, em detrimento de um sistema de corredores exclusivos para ônibus, o chamado BRT, era melhorar e viabilizar o transporte da população e dos turistas que viriam acompanhar os jogos da Copa 2014.

Próximo de completar seis anos desde essas decisões, no entanto, o projeto concluiu pouco mais de 10% do objetivo final..

Ja foi gasto mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos e os pouco mais de seis quilômetros da obra estão cheios de vícios de construção e os trens, sucateados pela ação do tempo sobre eles, estacionados na estação em frente ao Aeroporto Marechal Rondon, sem terem sido usados um dia sequer.

Fonte: Diário de Cuiabá