O Ministério Público Estadual (MPE) pediu à Justiça de Mato Grosso que a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada da morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, seja condenada pelo crime de tortura.
O pedido foi protocolado pelo Paulo Henrique Amaral Motta no dia 23 de outubro, que também pediu a perda do posto e da patente de oficial.
No entendimento do promotor existe ‘tanto a materialidade quanto a autoria do delito de tortura qualificada, pelo resultado morte’. Segundo ele, o intenso sofrimento físico e mental retratado nos “caldos” levaram a vítima a exaustão extrema.
Rodrigo Claro morreu em novembro de 2016 — Foto: Antônio Claro/Arquivo pessoal
O julgamento está previsto na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar no dia 27 de janeiro de 2021.
O caso
Rodrigo morreu no dia 15 de novembro de 2016, cinco dias após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora.
Rodrigo Claro morreu em 2016 — Foto: TVCA/Reprodução
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios.
Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.
Durante a realização das aulas, Rodrigo queixou-se de dor de cabeça. Após a travessia a nado na lagoa, ele informou ao instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado, retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.
Fonte: G1 MT