MP denuncia 17 policiais militares por forjarem confrontos para se promoverem

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O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou 17 policiais militares e um segurança particular por forjarem confrontos para assassinarem suspeitos e promover nomes e batalhões. O caso foi investigado na Operação Simulacrum, deflagrada pela Polícia Civil em 2022.

Segundo o MP, o grupo teria atuado na morte de 23 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de nove vítimas que conseguiram sobreviver.

A denúncia é assinada pelos promotores de Justiça César Danilo Ribeiro de Novais, Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo e Jorge Paulo Damante Pereira.

De acordo com a denúncia, em análise detida aos Laudos Periciais de Locais das Ocorrências e dos Exames Necroscópicos das vítimas, percebeu-se que, em todos os casos, havia claras evidências de execuções sumárias, em patente dissonância com os conteúdos das narrativas constantes dos respectivos boletins de ocorrência e registros oficiais.

De modo global, as perícias revelaram uma quantidade de disparos efetuados pelos policiais totalmente descondizente com as situações de ‘conflito’ sugeridas nos dados oficiais registrados pelos próprios milicianos. Em todos os casos, a Politec revelou a não preservação e intensas alterações nos locais dos crimes”, afirmaram os promotores.

O MPMT ressalta que o grupo de PMs agia por meio da ajuda de Ruiter Cândido. O segurança confessou a condição de cooptador e confirmou as suspeitas de que essas situações eram “armadas” em conjunto com policiais militares, visando arrebatar indivíduos com ou sem passagens criminais, com a “estória cobertura” de que realizariam assaltos altamente lucrativos em locais de fácil acesso, quando na verdade eram atraídos para verdadeiras emboscadas para, em encenada situação de “confronto”, serem executados sumariamente, sem chance de reação ou defesa.

Em dado momento a finalidade dessa parceria começou a mudar. Em vez de prender criminosos, Ruiter e os militares passaram a objetivar matar os supostos ‘bandidos’, como forma de promover seus nomes e os batalhões em que estavam lotados”, pontuaram os promotores.

Em todos os casos, verifica-se que o responsável por selecionar as pessoas que seriam mortas (ditos ‘malas’) as escolhia a esmo e de acordo com suas impressões pessoais, e que os policiais militares envolvidos direta ou indiretamente nos homicídios sequer sabiam quem estava sendo executado”, completou.

O MP ressalta que o bando agia como um grupo de extermínio, “considerando que agiram imbuídos de um sentimento de “justiçamento”, visando exterminar seres humanos por eles considerados indignos de viver, arvorando-se na condição de deuses”.

Fonte: Repórter MT