A procura de motoristas de aplicativo por converter veículos para o Gás Nacional Veicular, o GNV, tem crescido de forma “assustadora” diante dos sucessivos aumentos nos preços do etano e da gasolina. Com o preço dos combustíveis entre R$ 4,20 e R$ 5,70, os trabalhadores têm preferido investir mais de R$ 4 mil para passarem a usar o GNV e, segundo eles, a economia tem sido significativa.
De acordo com o motorista Thiago Leonel, muitos colegas de profissão têm desistido do volante, pois estão “pagando para trabalhar”. Para evitar ir pelo mesmo caminho, ele procurou uma empresa para converter o seu veículo, um Cobalt da Chevrolet. Após um mês, ele já sentiu certo alívio no bolso e acredita que vai pagar o investimento nos próximos 2 meses.
Na primeira quinzena de março, ele rodou 2.526 km. Caso estivesse rodando com etanol, ele teria tirado do bolso R$ 1.827, porém, como já estava no GNV, o custo com combustível caiu para R$ 661. Uma economia de R$ 1.166, ou seja, 63% a menos.
“Valeu muito o investimento, a sensação é de liberdade”, resume Thiago ao Repórter MT.
“Tem 30 dias que converti o carro. O que mudou para mim foi a questão da economia, a economia é muito top, pois o carro faz praticamente o dobro da média que fazia no etanol”, completa.
De acordo com o dono da Cidade Verde Convertedora, Nilson Teixeira, a procura tem sido tão grande que ele está trabalhando com agendamento de prazos de até 2 meses. Ele contou ao Repórter MT que vai ampliar a capacidade de converter os carros, mas, apesar de o galpão onde a empresa dele está ser grande, ainda será insuficiente.
“Virou uma loucura. Para você ter uma ideia, estou agendando as pessoas para o dia 25 de maio. Eu não tenho agenda. Eu estava com uma capacidade de instalação fazendo 2 carros por dia. Eu passei para 4 veículos/dia, 20 por semana”, afirma Nilson à reportagem.
“A fila está assustadora. O pessoal de aplicativo, principalmente, – e esse mercado não vai ser só para aplicativos -, vai ser geral. Mas o pessoal dos aplicativos é quem usa muito. É o primeiro da fila. Com esse preço do combustível que disparou, todos eles gastam pelo menos R$ 3 mil por mês. No GNV, ele vai gastar de R$ 900 a R$ 1.000. É 70% de economia”, garante.
A preocupação de Nilson é a baixa oferta de cilindros no mercado, pois a empresa que fornece cilindros para carros é a mesma que fornece cilindros aos hospitais, a White Martins. Ele prevê a aquisição de mais cilindros, porém com preço mais alto. Como consequência, esse preço será repassado aos clientes e a conversão poderá ter aumento de cerca de mil reais.
Fonte: Repórter MT