O cacique Aritana Yawalapiti, de 71 anos, não resistiu às complicações causadas pela covid-19 e faleceu nesta quarta-feira (05) em um hospital particular de Goiânia. Conhecido por ser uma das grandes lideranças indígenas do país, Yawalapiti enfrentava há doença há duas semanas e desde o dia 26 seu estado de saúde era considerado gravíssimo.
A morte do cacique foi confirmada pela família em nota. “Era um grande defensor da luta pela preservação e perpetuação da cultura de seu povo para as novas gerações, e constantemente denunciou os efeitos do desmatamento no entorno de seu território, como a extinção de peixes dos rios e a contaminação das águas”, traz um trecho do texto.
Aritana era um dos últimos falantes do idioma materno de seu povo, o Ywalapiti, mesmo nome da etnia. Além de guardar a memória de seu idioma tradicional, Aritana também fala português e outras quatro línguas indígenas. Uma das lideranças mais tradicionais da região Aritana trabalhou com os irmãos Villas-Bôas para a criação do Parque Nacional do Xingu.
O Xingu é o segundo território indígena mais contaminado pela Covid-19, conforme a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). De acordo com dados da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o mês de julho fechou com 15.823 casos confirmados da doença entre os povos originários. Desses 535 não resistiram e foram a óbito.
Mato Grosso encerrou o mês de julho com 324 casos suspeiros, 1.069 confirmados e 84 falecimentos. No estado, as etnias mais atingidas não Bororo, Cinta Larga, Chiquitano, Umutina-Balatiponé, Nafukua, Kaiaby, Kayapó, Kalapalo, Kamaiurá, Kurâ Bakairi, Paresi, Rikibatsa, Tapirapé, Xavante, Zoro e Yawalapiti.
Fonte: PNB Online
