Ministério Público diz que laudo sobre diabetes é ‘fake’ e pede volta de Carlinhos Bezerra à prisão

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O Ministério Público Estadual (MPMT) pede a revogação da prisão domiciliar concedida ao empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, alegando que o laudo apresentado por ele, para conseguir o benefício, é de confiabilidade duvidosa.

Em janeiro de 2023, o filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra assassinou a ex-namorada Thays Machado e o namorado dela, Willian César Moreno. Ele foi preso, entretanto em novembro a Justiça concedeu prisão domiciliar a Carlinhos, que alegou ter diabetes e isso estaria comprometendo o seu estado de saúde.

“O laudo juntado, de confiabilidade extremamente duvidosa, não aponta qualquer situação de extrema debilidade por motivo de doença grave vivido”, diz o promotor

No pedido protocolado no último dia 21, o promotor de Justiça Jaime Romaquelli, diz que o laudo apresentado pela defesa de Carlinhos não comprova nada, pois não mostra a evolução do quadro clínico do paciente, muito menos “a extrema debilidade em razão da doença”.

A defesa traz aos autos o documento intitulado Parecer técnico sobre tratamentos, consultas e exames, subscrito por Hewdy Lobo Ribeiro e Elise Karam Trindade, datado do dia 20.2.2024, no qual são descritos nada mais que um rol de exames e consultas já realizadas, não expondo nem uma linha sequer sobre o estado de saúde anterior e atual do réu. Fala de tudo, tratamento dentário, menos diabetes e seus sintomas. É documento de confiabilidade duvidosa”, destaca Romaquelli.

O promotor pontua que a defesa de Carlinhos “vem repetindo o mesmo filme” da fase do interrogatório, quando alegou ter a doença como subterfúgio para ter assassinado Thays e William.

Passo a passo vão sendo realizadas ações no sentido de retardar o andamento do processo principal e manter o réu solto, para que assim consiga, também, distanciar o julgamento perante o Tribunal do Júri”, disse.

O laudo juntado, de confiabilidade extremamente duvidosa, não aponta qualquer situação de extrema debilidade por motivo de doença grave vivido pelo réu. E, certamente, não o fez porque não existe a doença grave, uma vez que o diabetes é doença cujos sintomas podem ser controlados com o uso de medicamentos, e, também, porque nunca existiu a cogitada debilidade extrema. Em vez disso, justifica o laudo suspeito a necessidade da prisão domiciliar para cirurgia de cataratas”, completa o representante do MP.

Por fim, Romaquelli ressalta que a permanência de Carlinhos na prisão não trará nenhum prejuízo ao tratamento de saúde que ele diz fazer.

Há necessidade apenas da realização de mais exames e consultas, além da cirurgia de cataratas, o que pode ser feito com o agendamento por parentes e acompanhamento por agentes do sistema prisional”, citou.

O diabetes mesmo, ao qual o laudo suspeito não dedicou nem uma linha, pode ser monitorado com o uso de medicamentos dentro do presídio. Se há necessidade de manutenção do remédio em geladeira, que se coloque um frigobar na cela do acusado”, concluiu.

Fonte: Repórter MT