Uma equipe de militares que atuam no combate ao incêndio no Pantanal, em Poconé, ficou encurralada pelo fogo nessa sexta-feira (14). De acordo com o Corpo de Bombeiros, eles pediram socorro e um avião que já estava em voo de combate e um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) foram até o local para resgatá-los. Até agora mais de 200 mil hectares já foram devastados pelo fogo que começou há três semanas, na região.
O avião passou pela cortina de fumaça e localizou o ponto exato onde os militares estavam. Foi lançado um pouco de água e, em seguida, os seis militares foram resgatados, sem ferimentos.
O Corpo de Bombeiros informou que, durante a manhã de sexta-feira, os brigadistas foram surpreendidos pela velocidade com que as linhas de fogo avançavam em direção ao setor norte do hotel Sesc Porto Cercado devido ao vento e ficaram rodeados pelas chamas.
Aeronave que já atuava no combate ao fogo foi até o local onde eles estavam — Foto: Corpo de Bombeiros – MT
A vegetação seca também contribui para a propagação do fogo. Não chove na região há quase três meses.
Já no período da tarde duas linha de fogo que também avançavam em direção ao hotel Sesc Porto Cercado foram combatidas pela equipe de operações aéreas do Corpo de Bombeiros, que usou duas aeronaves de combate a incêndio, em conjunto com as equipes terrestres que realizaram aceiros para a contenção das chamas.
Equipes enfrentam a fumaça densa para combater as chamas — Foto: Corpo de Bombeiros – MT
As equipes também fizeram combate direto do fogo, preservando uma grande área da reserva do hotel.
Ao todo, 104 pessoas trabalham na contenção do incêndio que dura mais de duas semanas no Pantanal mato-grossense. São 41 militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, 12 do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, oito militares da FAB, 23 da Marinha, 16 funcionários do Sesc e quatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
As equipes contam com o apoio de três aviões e dois helicópteros.
Este é o maior incêndio ocorrido no Pantanal nos últimos 14 anos.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que nos 13 primeiros dias deste mês foram registrados mais focos de queimadas no Pantanal do que durante todo o agosto de 2019. É menos da metade do tempo, mas o número absoluto já apresenta uma alta de 53%.
Desde o dia 1º deste mês, em 2020, são 2.578 pontos de calor. Em todo o mês de agosto do ano passado foram 1.684, de acordo com a base do Inpe.
Mato Grosso está em primeiro lugar no ranking de focos de incêndio no país e aplicou R$ 14,3 milhões em multas por queimadas ilegais, de janeiro a julho deste ano, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Fonte: G1 MT