Meteorologista alerta que Mato Grosso pode ter duas novas ondas de calor

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A meteorologista Ana Paula Paes alertou que o estado de Mato Grosso pode registrar duas novas ondas de calor entre os meses de dezembro e janeiro de 2024 e a temperatura pode ficar 2,5 graus acima da média. A previsão é que, nesse período, poucas chuvas também sejam registradas. A máxima pode atingir a casa dos 43°C novamente.

“Ainda é cedo pra prever, mas pelas características climáticas apresentadas para os próximos meses, há sim chance de termos em Mato Grosso duas novas ondas de calor, com temperaturas de até 43 graus”, disse a especialista, duranto o I Painel Mato Grosso do Clima, um evento realizado em Cuiabá.

Até o momento, nenhum dos principais institutos de meteorologias do país emitiram o alerta de onda de calor no Estado, que já passou por outras várias ondas de altíssimas temperaturas neste ano.

A meteorologista de uma empresa privada compartilha relatórios do clima com o recém-criado Comitê de Crise Climática no Estado. O grupo é coordenado pelo Comando Regional I do Corpo de Bombeiros e conta com a participação das Defesas Civis de Cuiabá e Várzea Grande e secretarias de Trânsito das duas cidades, além da concessionária e da Nova Rota do Oeste.

“Dentro do comitê, nós estamos buscando todos os insumos necessários para estar preparado para possíveis situações de crise climática, principalmente temporais e até queimadas. A ideia é monitorar, prevenir, responder de forma rápida e se comunicar com a sociedade”, destacou o tenente do Corpo de Bombeiros, Anttoniery Campello, que reforçou também o papel da imprensa no apoio às ações.

“Nós precisamos muito da imprensa, que pode fomentar junto à população, por exemplo, campanhas de conscientização como a poda preventiva de árvores, que podem cair sobre vias públicas, casas e redes de energia durante temporais, causando acidentes sérios. Então é importante plantar certo e cuidar das árvores”, comentou o tenente.

Já o coordenador da Defesa Civil de Cuiabá, Alex Botelho, reforçou outro problema. “A prevenção passa também por não jogar lixo no chão. É uma atitude simples, que evita o entupimento de galerias e alagamentos. Possíveis campanhas que alertem sobre esse tema, são muito importantes”, complementou Alex.

FALTA DE CHUVA GERA PERDAS NO CAMPO 

Ainda no evento, foram mostradas características do EL Niño, que está sendo classificado por especialistas como “muito forte”, elevando em mais de dois graus a temperatura no mundo, em média. O fenômeno só deve perder força a partir de abril do ano que vem. O presidente do Lide Mato Grosso, Evandro César Alexandre dos Santos, mostrou preocupação com a produtividade agrícola.

“Nós temos hoje produtores que ainda não conseguiram plantar soja, muitos estão plantando algodão pra cobrir contratos e o plantio do milho pode ser impactado”, frisou Evandro César. E a especialista no clima confirmou que a análise tem sentido. “Nós só devemos ter a volta da chuva com força em fevereiro. Por isso, culturas que dependem de muita água, podem sofrer mais”, comentou Ana Paula Paes.  (HNT)