Meteorologista alerta para cenário de seca e riscos à saúde em MT

Fonte:

O mês de junho chegou e com ele a previsão de redução na incidência de chuvas em toda Região Centro-Oeste, principalmente em Mato Grosso, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Nesta época, já inicia o período conhecido como estiagem, marcado pelo tempo seco, altas temperaturas e baixa umidade. O HiperNotícias conversou a meteorologista do Inmet, Andrea Ramos, que apontou as previsões para os próximos meses no Estado, principalmente, em Cuiabá. O cenário é de poucas chuvas, abrindo espaço para queimadas que, na Capital, já tem mais de 300 ocorrências neste ano.

Segundo a meteorologista Andrea Ramos, a precipitação prevista para este mês é de 17,7%. Para julho, de 10,1% e, em agosto, cai drasticamente, para 3,2%. Apesar de ainda ser outono, já é possível sentir algumas características da estiagem que, em Mato Grosso, tem seu pico no mês de agosto.

“Ainda estamos no outono. A virada da estação ocorre em 21 de junho, quando começa o inverno. Por mais que agora ainda estejamos no outuno, que é uma estação de transição, ela já começa a adquirir as características do inverno: reduzir as chuvas, diminui a umidade. Cuiabá já está enfrentando essa questão de umidade baixa. Apesar de não estar ainda no período mais crítico, que é agosto, já está variando esses valores de 20% a 25% de umidade”, destacou à reportagem.

Já para este fim de semana, um aviso de perigo potencial para baixa umidade foi emitido pelo Inmet, que estará variando entre 20% e 30%, conforme reportado pelo HNT.

O cenário de poucas chuvas, tempo seco e baixa umidade deve perdurar até meados de setembro, quando as primeiras chuvas voltam a cair. Essas primeiras precipitações são conhecidas como “chuva do caju” na região da Baixada Cuiabana.

“Tem uma tendência também que nesse período já começam os incêndios. Como tem a estiagem, diminuição das chuvas e o tempo seco, as temperaturas ficam com padrão que podem sim aumentar a folha seca e, qualquer vento, pode favorecer, não só a incidência, como a continuidade dos incêndios”, destacou a meteorologista.

A incidência de incêndios já tem tido “destaque” em Cuiabá. Dados fornecidos pelo Corpo de Bombeiros à reportagem revelam que um total de 333 ocorrências de incêndios foram registradas de janeiro a maio de 2024, na área urbana da capital. Apesar de expressivo, o número é 6% menor, quando comparado ao mesmo período do ano passado, em que houve 357 ocorrências. Os bombeiros realizam ações educativas com a população, mas cabe destacar que, queimadas na área urbana são proibidas em todo o ano.

Já conforme dados do monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no Pantanal, bioma atingido por grandes queimadas nos últimos anos, de 1º de janeiro a 1º de junho de 2024, foram registrados 436 focos de fogo. O número é 1.047% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve apenas 38 focos de 1º de janeiro a 1º e junho de 2023. Os dados podem visualizados aqui.

DANOS À SAÚDE

Todo esse cenário de poucas chuvas, baixa umidade e a incidência de incêndios pode ser prejudicial à saúde e é necessário adotar cuidados para evitar doenças respiratórias e mitigar os impactos da estiagem. Andrea Ramos já recomenda fazer a ingestão de bastante líquido, principalmente água.

Outra recomendação é, se possível, evitar exposição ao sol nos horários de maior intensidade, entre 10h e 16h. Está incluso também evitar a prática de exercícios físicos nesse período.

As recomendações da meteorologista são as mesmas repassadas pelo coordenador de prevenção e preparação da Defesa Civil de Mato Grosso, o subtenente bombeiro militar José Bruno de Souza Filho. Segundo ele, outra recomendação que deve ser colocada no dia a dia é evitar banhos quentes e usar umidificadores ou panos úmidos nos ambientes.

Para reduzir os impactos do tempo seco à saúde e ao meio ambiente, o coordenador também citou evitar a prática de queimadas. “Evitar queimar lixo doméstico, não provocar queimadas, evitar locais com muita incidência de fumaça de cigarro”, finalizou. (HNT)