Mesa da Intelectualidade Cuiabana ou, como muitos chamam, a ‘Mesa da Boemia’ foi inaugurada no dia 25 de janeiro, na esquina do tradicional restaurante Choppão, em Cuiabá. E apesar do pouco tempo, o espaço já virou atração turística para os cuiabanos.
Feita pelas mãos dos artistas Fred Fogaça e Jânio Borges, como forma de contar um pouco da história de ilustres boêmios, a ideia nasceu com o intuito de homenagear estas importantes figuras cuiabanas. Representando as tradicionais rodas de conversa promovidas por estes boêmios, noite adentro, e que são personagens que deixaram sua marca nos 301 anos da Capital.
José Paes Bicudo, Benedito Moreira de Moura (Ditinho Cigano), Ramis Bucair, Benedito Santana da Silva Freire (Silva Freire) e Renato Arruda Pimenta são os cinco personagens que fazem referência à Mesa da Boemia e que deixaram suas marcas na história da capital.
O monumento foi idealizado pelo agitador cultural, Palmiro Pimenta, filho de Renato Arruda Pimenta, que se inspirou no poema ‘Os Boêmios’, de Silva Freire.
“A ideia nasceu de uma conversa com o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), sobre a necessidade de resgatar algumas figuras da nossa cultura como, por exemplo, os intelectuais da época, e assim surgiu a ideia da Mesa da Intelectualidade e Boemia”, contou Palmiro ao O Bom da Notícia.
De acordo com Pimenta, a obra foi feita com fibra de vidro com uma pintura especial. Ainda ressaltou que a mesa utilizada no monumento, é a mesma de quando o Choppão inaugurou, em 1974.
“Primeiro tinha que fazer o projeto em argila para tentar captar os traços do rosto de cada um. Foram meses e meses para recriar. Foram mais de 90 dias trabalhando de forma intensa para conseguir fazer o movimento da peça, a gesticulação, para mostrar uma peça viva”.
De acordo com Palmiro, ele se sente realizado por participar desse “resgate cultural”.
“Me sinto realizado por fazer esse resgate cultural importantíssimo para nossa Cuiabá, acredito que eles estão felizes, no lugar onde hoje se encontram, com a homenagem”, acrescentou Palmiro.
Apesar de pouco tempo inaugurada, o monumento tem chamado a atenção de quem passa pelo local. Muito, inclusive, param e fazem questão de fotografar as obras.
Conheça os homenageados que deixaram sua marca nos 301 anos da capital
Renato Arruda Pimenta
Jurista, criminalista e professor de Direito Constitucional, foi gerente do Banco da Amazônia e maior advogado criminalista da sua época. Faleceu em 18 de março de 1991, aos 70 anos, deixando sua marca na história de Cuiabá.
José Paes Bicudo
Nasceu em 1922, advogado, professor, procurador de Justiça, compositor, poeta e escritor. Incitava o amor, a criatividade em todas as formas e acreditava que abrir as portas para novos universos não só era possível, mas necessário. Faleceu em 2000, deixando canções em Cuiabá, cidade que tanto amou.
Ramis Bucair
Nasceu em 13 de junho de 1933. Engenheiro e membro do Instituto de Arqueologia Brasileiro e é considerado por muitos estudiosos como o sucessor de Marechal Rondon. Refez a linha telegráfica de Barra do Bugres a Vilhena (RO). Descobridor de centenas de caverna em Mato Grosso, um dos maiores agrimensores do Brasil. Faleceu em 20 de dezembro de 2011, deixando um legado a todos que com ele conviviam e conheciam sua história.
Benedito Moreira de Moura (Ditinho Cigano)
Cuiabano, nasceu em abril de 1946, e criado no tradicional bairro do Porto. Foi corretor de imóveis pioneiro em Cuiabá e pai de três filhos. Apaixonado por Cuiabá e boêmio de carteirinha e faleceu em março de 2015.
Benedito Santana da Silva Freire (Silva Freire)
Nasceu em 20 de setembro de 1928, em Porto de Fora, vila próxima ao Distrito de Mimoso e de Santo Antônio de Leverger. Foi um brilhante advogado, professor e um dos mais conceituados poetas mato-grossense. Faleceu em 11 de agosto de 1991, deixando um legado de amor pela Capital.
Fonte: O Bom da Notícia