Mendes evita culpar Bolsonaro por causa da Anvisa: ‘Seria um absurdo, desserviço’

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O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que não irá culpar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão ligado à União, em vetar a importação da vacina russa Sputnik V para o Brasil.

A agência negou, no último dia 26 de abril, os pedidos dos Estados que fazem parte do Consórcio de Amazônia Legal e do Nordeste para a liberação do imunizante. Os governadores assinaram um contrato de intenção de compra da Spunitk V. Apenas para Mato Grosso, seriam destinadas 2,4 milhões de doses.

Mendes foi questionado pela imprensa sobre uma possível represália de Bolsonaro quanto a negativa da Anvisa. Em resposta, afirmou que a análise cabe à sociedade.

“Eu não posso fazer esse julgamento. Cada Brasileiro e mato-grossense deve fazer o seu julgamento. Eu não posso acreditar”, disse.

“Seria um absurdo, um desserviço gigante ao País, se alguém, seja quem for, jogar contra termos mais vacinas em território nacional”, afirmou.

Segundo o governador, o cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde junto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) está atrasado.

E a aquisição do imunizante por parte dos governadores, visa a celeridade da imunização no País e a retomada da economia.

“O ritmo de vacinação do PNI está lento. Os cronogramas apresentados pelo Ministério da Saúde não foram cumpridos em praticamente nenhum mês, por diversos problemas. O que queremos [governadores] é ajudar”, disse.

“Estamos indo atrás para ajudar. Seria tranquilo ficar aqui criticando ou reclamando. Estamos indo atrás, tentando comprar vacina para ajudar o País. A coisa mais desejada nesse momento em todo Brasil é ter uma dose da vacina e recuperar sua liberdade”, acrescentou.

Uso político

Em entrevista recente ao Uol, o coordenador do comitê científico do Consórcio Nordeste, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende, disse não ter dúvidas que a negativa da Anvisa foi política.

Segundo ele, os argumentos usados para o veto foram “surpreendentes” e “absurdos”.

“Nós estamos absolutamente convencidos de que a motivação é política! E temos duas razões: uma delas é que ela vem da Rússia, e o presidente deve achar que é um país comunista; e o outro é que a iniciativa de comprar essa vacina foi dos governadores do Nordeste, e desde o começo existe esse problema entre o presidente e o Nordeste, onde ele teve uma menor votação que outras regiões”, disse ele ao Uol.

Fonte: Midianews