Governador Mauro Mendes (DEM) afirmou na última sexta-feira(26), em conversa com jornalistas, após sua palestra de abertura no Fórum Brasil de Ideias Mato Grosso, Agronegócio e Infraestrutura, no Malai Manso, em Chapada dos Guimarães, que está disposto a tocar sozinho as obras que negociou com o vice-prefeito José Roberto Stopa, na Capital.
Segundo Mendes, as denúncias que recaem em desfavor do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), fazem com que o Estado tenha uma certa desconfiança na gestão e pode até deixar de repassar os recursos à capital mato-grossense .
Emanuel estava afastado do cargo de prefeito desde o dia 19 de outubro alvo da Operação Capistrum, por suposto esquema na contratação de temporários como “canhão político” na Secretaria de Saúde. Na última sexta-feira (27), ele conseguiu na Justiça o retorno ao cargo.
“Nós estamos fazendo várias parcerias com prefeitos e prefeituras, e para você fazer uma parceria tem que haver um elo de confiança. Hoje, na Capital, o Governo faz várias obras, e elas são ‘tocada’ pelo Estado, ou seja, ainda analisamos, com bastante cuidado, quaisquer parcerias”, afirmou.
Nós estamos fazendo várias parcerias com prefeitos e prefeituras, e para você fazer uma parceria tem que haver um elo de confiança
Questionado sobre a volta de Emanuel à cadeira do Palácio Alencastro, o democrata evitou comentar as decisões que embasaram tanto o afastamento quanto o retorno.
“Eu não conheço e nunca me pronunciei sobre isso, nem sobre a saída, nem sobre o retorno. Isso compete ao Poder Judiciário tirar ou colocar. Eu não posso emitir opinião sobre aquilo que conheço pouco”, disse.
Para o democrata, o afastamento e as recorrentes operações policiais das quais a Gestão Emanuel é alvo, trazem preocupação.
“Isso prejudica Cuiabá, que é a principal cidade do Estado. Não só o entra e saí, preocupa muito os motivos e tantos outros que rolam nos bastidores daquilo que acontece na Capital Mato-Grossense […] É lamentável não só esse fato em si, mas mais ainda ele ter já sete secretários afastados pela Justiça. Algo de muito estranho está acontecendo […] Se essas pessoas [Emanuel] estiverem certas, a Justiça, Ministério Público e Polícia Federal estão todos errados. Mas se eles estiverem certos [Poderes e instituições] alguma providência tem que ser tomada”, afirmou Mendes, que já foi gestor de Cuiabá entre os anos de 2013 a 2016.
Capistrum e retorno de Emanuel
Emanuel retornou ao cargo após quase 40 dias dias de afastamento judicial. A decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva está no âmbito da ação que resultou na Operação Capistrum, que teve como alvo, Emanuel, sua mulher, a primeira-dama Márcia Pinheiro, o chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto, a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.
Apesar de ordenar seu retorno, o desembargador proibiu Emanuel de ter contato com os outros investigados e testemunhas do caso, exceto a sua mulher.
Emanuel é acusado de ter utilizado de contratações de servidores temporários e pagamento de “prêmio saúde” como forma de pagar ou manter favores a aliados políticos – que indicavam os nomes a serem contratados.
Ele estava afastado do Alencastro por duas decisões judiciais, que agora estão revogadas. A primeira, do dia 19 de outubro, havia sido determinada pelo próprio desembargador Luiz Ferreira da Silva.
A outra, do dia 27 do mesmo mês, assinada pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada de Ação Popular e Ação Civil Pública de Cuiabá, havia sido derrubada pelo presidente Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, no dia 18 de novembro. Na ação criminal, Emanuel já foi denunciado pelo Ministério Público Estadual.
Fonte: O Bom da Notícia