O governador Mauro Mendes (União) afirmou ser a favor de classificar facções criminosas como terroristas para combater a ascensão do crime organizado no Estado.
A discussão começou a ser pauta nacional após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma ordem na qual classifica cartéis de drogas, sem especificar quais, como organizações terroristas estrangeiras.
Mendes, inclusive, classificou como “terrorismo” os incêndios criminosos, a mando de facção, que destruíram ao menos três estabelecimentos comerciais em Paranatinga, na última terça-feira (28).
“Eu concordo plenamente, isso é terrorismo. O que foi feito lá [fogo em Paranatinga], é terrorismo. A forma com que eles praticam alguns assassinatos é coisa de terrorista. É algo maluco, absurdo, o que acontece”, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan Cuiabá.
“Agora, quem vai classificar isso? Se eu puder, se tiver poder para isso, em Mato Grosso vamos fazer. Vamos classificar toda facção criminosa como terrorista. Se puder fazer vamos classificar, porque é terrorismo o que estão fazendo e tem que ser aplicado dessa forma”, acrescentou.
Após os incêndios no município mato-grossense, o Governo do Estado mobilizou as Forças de Segurança para identificar e prender os criminosos responsáveis.
Segundo Mendes, os faccionados foram transferidos para Cuiabá e estão em isolamento sendo investigados. No entanto, o governador disse não acreditar que eles permanecerão presos por muito tempo.
“Pode até ser que alguns juízes sejam mais flexíveis na interpretação, mas a maioria do Judiciário de Mato Grosso julga e cumpre aquilo que está na lei brasileira. Se a lei é frouxa o cara tem que soltar, porque senão o juiz pode até responder por isso”, disse.
Leis frouxas
Mendes tem sido um crítico ferrenho das leis brasileiras, pois, para ele, elas não são eficientes no combate à criminalidade. O governador reiterou seu desejo por uma mudança no Código Penal.
“É um Código Penal de 1940, estamos exatamente a mais de 80 anos com um Código Penal, que teve alguns remendos, mas não reflete a realidade para combater essas facções criminosas aqui no Estado de Mato Grosso e no Brasil inteiro”, completou.
Fonte: Midianews