Membro do CV detido no aeroporto teme ser morto por ter caso com mulher de detento

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A prisão de Thiago Henrique Alves de Oliveira, detido na segunda-feira (8) no Aeroporto Marechal Rondon, foi convertida para preventiva. Na audiência de custódia realizada nesta terça-feira (9), a juíza Henriqueta Fernanda C. A. F. de Lima converteu a prisão em flagrante em preventiva, apontando a gravidade dos crimes e o risco de reiteração delitiva.

Thiago foi abordado pelos policiais assim que desembarcou. A equipe cumpria um mandado de busca e apreensão referente a uma investigação que o liga a três homicídios ocorridos em setembro deste ano. Ao perceber a presença dos agentes no aeroporto, o suspeito tentou destruir provas arremessando o próprio celular contra o chão.

Vida de luxo e tráfico

Após a detenção no aeroporto, os policiais foram até a residência de Thiago, no bairro Morada da Serra. No local, foram apreendidos R$ 10.380,00 em dinheiro vivo, diversas joias, vários celulares e um Honda Civic em nome de terceiro.

Na geladeira da casa, a polícia encontrou duas porções de maconha. A defesa tentou o relaxamento da prisão alegando que a quantidade (cerca de 19 gramas) era pequena e configuraria apenas uso pessoal.

No entanto, a magistrada negou o pedido. Na decisão, ela explicou que, embora a quantidade de droga fosse pequena, o contexto, a alta quantia em dinheiro, os bens apreendidos e a incompatibilidade com a renda declarada de auxiliar de pedreiro (R$ 3 mil mensais), comprova a prática do tráfico de drogas e o financiamento do crime.

Facção e homicídios

A decisão judicial destaca que Thiago ostenta em suas redes sociais fotos com armas de fogo, grandes quantias de dinheiro e fazendo símbolos alusivos à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Além disso, ele já possui condenação anterior por tráfico de drogas na comarca de Lucas do Rio Verde.

Para a juíza, a liberdade do suspeito representa um risco à ordem pública, dada à provável integração em organização criminosa armada e o envolvimento nas investigações dos homicídios recentes.

Medo de “talaricagem” na prisão

Um ponto que chamou a atenção na audiência foi um pedido específico da defesa quanto ao local da prisão. O advogado solicitou que Thiago não fosse encaminhado para a Penitenciária Central do Estado (PCE).

O motivo alegado foi o temor pela própria vida: o custodiado afirmou que sofre ameaças de detentos da PCE por ter tido um “envolvimento conjugal” com a companheira de um preso que já está recluso na unidade.

Acolhendo o pedido de segurança, a magistrada determinou que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) informe, em 10 dias, um estabelecimento prisional adequado, como o presídio Ahmenon, para garantir a integridade física do preso. (Leiagora)