Médico: Três em cada 100 mil atletas jovens desenvolvem anomalia e morrem durante exercícios

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Na última terça-feira (11), a jovem Vanessa Batista dos Santos, 24 anos, morreu inesperadamente enquanto praticava exercícios físicos, no Parque das Águas, em Cuiabá. Na medicina, esse é um caso conhecido como ‘morte súbita’.

Conforme apurado pelo RepórterMT, Vanessa estava se exercitando com uma corda, quando começou a se sentir mal, sentou no banco e caiu. O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) ainda não está pronto, mas a declaração de óbito aponta que a morte se deu por causas naturais.

Segundo o médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, Max Lima, dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostram que, em média, um a três em cada 100 mil atletas jovens, considerados saudáveis, desenvolvem uma anormalidade do ritmo cardíaco de início súbito e morrem repentinamente durante a prática de exercícios.

Homens são atingidos até 10 vezes mais frequentemente do que mulheres. Jogadores de basquete e de futebol americano nos Estados Unidos e jogadores de futebol na Europa estão entre os que correm maior risco alerta o especialista.

“Geralmente, as causas de morte súbita durante exercício são bastante diferentes entre atletas jovens e atletas mais velhos. No entanto, em todos os atletas, asma, insolação e o uso de medicamentos que aumentam o desempenho ou de drogas recreativas também podem causar morte devido a arritmias cardíacas súbitas”, afirma.

Conforme Max Lima, em atletas jovens, a causa mais comum de morte súbita cardíaca é o espessamento não detectado e anormal do músculo cardíaco e outras doenças no coração, como a síndrome do QT longo ou a síndrome de Brugada, que causam arritmias cardíacas. Aneurismas da aorta, também podem causar morte súbita em atletas jovens.

“Com menos frequência, o aumento não detectado do coração pode estar presente em uma pessoa mais jovem que não apresenta sintomas, e a pessoa pode morrer subitamente durante ou após exercício intenso”, explica.

Já em atletas mais velhos a arterial coronariana: como a cardiomiopatia hipertrófica ou doença de válvula cardíaca, se torna a causa mais comum de morte súbita cardíaca.

Os sintomas nos atletas podem ser desmaios ou falta de ar. “Com frequência, no entanto, os atletas não reconhecem ou relatam esses sintomas, e o primeiro sinal é que a pessoa subitamente para de respirar e desmaia”, alerta.

O especialista aconselha que todas pessoas que praticam exercícios físicos, sejam mais jovens ou mais velhas, devam passar por uma avaliação clínica para saber como seu corpo e seu coração estão. “A prevenção ainda é a melhor forma de não ser pego de surpresa e causar um dano irreversível ao coração ou ainda não sobreviver”, conclui.

Fonte: Repórter MT