A médica e empresária Natasha Slhessarenko (PSD), apesar de não ser uma novidade no mundo político, pode se tornar a grande surpresa nas eleições para o Governo de Mato Grosso, no ano que vem;
Sua candidatura embolaria o já instável quadro sucessório estadual, que foi antecipado pelo próprio governador Mauro Mendes (União Brasil), ao projetar acordos pessoais, em detrimento de decisões partidárias.
“Me sinto à vontade para disputar as eleições e vou discutir isto com o partido ao qual estou filiada e eventuais partidos aliados”, disse a médica, ao ser questionada sobre a possibilidade de se colocar como pré-candidata ao Governo do Estado.
Se, por um lado, não assume em definitivo o projeto – até mesmo porque as eleições estão há 438 dias de acontecerem em 1º turno -, a cúpula do PSD já coloca como favas contadas a possibilidade de Natasha assumir a pré-candidatura e reunir ainda mais partidos aliados.
Vale lembrar que, em Mato Grosso, nunca houve dois turnos para governador do Estado. Só para presidente da República e prefeito de Cuiabá, desde que a disputa em dois turnos foi instituída pela Constituição Federal de 1988
O ministro e senador Carlos Fávaro, que comanda o PSD em Mato Grosso, ainda não se posicionou sobre a questão.
A preferência da candidatura, no contexto do PSD, é por um nome do PT, que ainda não foi definido e sequer chegou a ser ventilado, apenas o da ex-deputada federal Rosa Neide, que, em 2022, obteve mais de 124 mil votos em 2022, mas não foi eleita por causa do quociente eleitoral, que não foi atingido.
Natasha Slhessarenko disse que se colocou à disposição do PSD, portanto, não vai escolher desafios, nem quem vai enfrentar.
“A receptividade é bem melhor do que eu esperava encontrar, tanto no meio partidário, como entre a população, que me incentiva a entrar na vida pública e contribuir ainda mais com Mato Grosso e sua gente”, disse.
Ela se revelou taxativa quanto ao participar das eleições de 2026 como candidata, sem, no entanto, ser firme na decisão se para o Governo do Estado, para o Senado ou para as vagas de deputado federal ou estadual.
“Se estou entrando em definitivo para a vida pública, quero fazer de forma correta, respeitando prazos legais, respeitando a vontade das pessoas e as regras do partido ao qual estou filiada. Não vejo necessidade em antecipar discursos”, afirmou.
Ela também deixou claro não se preocupar com rótulos. “Acho que, na hora do voto, pouco importa para os eleitores e eleitoras se o candidato é de esquerda ou de direita, e sim qual a proposta que está levando em busca do voto, se é possível cumprir tudo o que for colocado e, principalmente, o que se vai colocar de diferente daquilo que ai está”, destacou Natasha.
Ela reforçou a disposição em buscar solução para os problemas da população e afirmou que existe “uma gigantesca distância” entre a realidade das pessoas e do Estado de Mato Grosso.
“É um Estado rico para poucos”, disse ela, observando que o esforço dos trabalhadores e trabalhadoras transformaram a vida de alguns, quando deveriam ter transformado a vida de todos e não de poucos – cutucando aqueles que se utilizam das riquezas de Mato Grosso para enriquecerem, mas em pouco ou quase nada contribuem.
“É claro que não podemos e não vamos generalizar, pois muitos vieram trabalhar e conquistar sonhos e vidas melhores. Só que estes ficaram, continuam a produzir e a gerar riquezas e renda e que melhoram a vida de todos e não de poucos”, completou.
Ela ainda sinalizou que, assim como outros pré-candidatos, está construindo uma candidatura e que já deixou claro que vai respeitar as regras eleitorais e os demais candidatos. Mas, não vai deixar de trabalhar e de mostrar a realidade que as pessoas vivenciam todos os dias, que, segundo ela, é muito diferente do que alguns querem fazer crer que não exista.
“Há pessoas que passam fome, que não têm acesso a saúde de qualidade, que não têm vagas nas escolas e creches e que estão distante das políticas sociais. Portanto, quero e vou trabalhar para ser uma facilitadora, para que essas pessoas tenham assegurados os seus direitos. Direitos só previstos em leis e palavra que não se tornam realidade são direitos inexistentes”, completou.
QUEM É – A patologista clínica Natasha Slhessarenko é filha da ex-deputada estadual e ex-senadora Serys Slhessarenko..
Serys professora, advogada, pedagoga e política brasileira filiada ao Partido Socialista Brasileiro.
Elegeu-se em 1990 deputada estadual, sendo reeleita duas vezes consecutivamente
Filiada ao PT, de 2023 a 2011, foi senadora. Recentemente, trocou o Republicanos pelo PSB. (Diário de Cuiabá)