Médica diz que que vai a júri, porque há uma ‘guerra entre rico e pobre’; veja vídeo

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A médica dermatologista Letícia Bortolini, acusada de matar o verdureiro Francisco Lucio Maia, de 48 anos, atropelado em 14 de abril de 2018, na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, divulgou um vídeo onde se diz vítima do caso. Francisco empurrava um carrinho com verduras quando foi atingido pelo Jeep Compass da médica.

O vídeo, divulgado na rede social dela na terça-feira (9), tem quase 10 minutos de duração. Ela se diz inocente e afirma que é vítima de um acidente de trânsito e se sente injustiçada no processo. O vídeo foi apagado em menos de 24 horas.

As declarações ocorrem depois que a Justiça decidiu, na segunda-feira (8), que a médica será submetida a julgamento pelo Tribunal do Júri por homicídio.

“O meu caso é diferente porque eu sou médica. Principalmente porque eu sou rica, eu tenho dinheiro, é diferente. A gente é tratada diferente. Existe uma guerra de rico e pobre nesse país. Que parece que quando pode pegar um rico e colocar na cadeia, todo mundo vence. Todo mundo fica feliz. Todos têm direitos e os meus direitos estão sendo tolhidos desde o dia do acidente”, criticou Letícia.

A médica continua o vídeo dizendo que a justiça não está sendo feita, mesmo com provas e laudos. Ela afirma que não ingeriu bebida alcoólica.

“O senhor Francisco não estava na rua. Ele entrou na rua no exato momento em que eu passei. Ele estava embriagado e isso foi comprovado no processo. Ele caiu na hora eu que eu passei. Qual é o meu problema? Ser médica e não ter parado”, declarou.

No depoimento à Justiça em fevereiro, a médica disse que no momento do atropelamento, apenas ouviu um barulho e achou tivessem arremessado algo no carro e viu que havia perdido um dos retrovisores. Em outra declaração anterior, acreditou que tinha atropelado um cachorro e seguiu sem parar.

“Eu ouvi o barulho, eu olhei para o lado, já tinha passado, eu vi o retrovisor caindo e não vi uma pessoa. Ouvi o barulho de um ferro e o retrovisor caindo”, disse.

No vídeo que divulgou, ela confirmou que não teve a atitude de parar.

“Minha atitude foi ir até em casa e depois descobrir o que aconteceu e como resolver. Isso não me trata bandida e nem assassina. Isso é uma decisão em uma fração de segundo que a gente tem que tomar”, pontuou.

Após atropelar o verdureiro, Letícia teria fugido em direção a um condomínio de luxo no bairro Jardim Itália, realizando manobras perigosas, em zigue-zague, colocando outros motoristas e pedestres em perigo, conforme relato de testemunhas.

Festa e bebida

A médica dermatologista negou que estivesse consumido álcool antes do acidente. Ela e seu marido haviam saído de um evento conhecido por vender comida e bebidas alcoólicas.


Sua versão inicial era de que havia consumido vinho na noite anterior com o marido e a babá. No dia seguinte teria trabalhado pela manhã, e depois foi para a casa dos sogros para encontrar o marido, com quem logo em seguida foi para a festa, onde teriam ficado até por volta das 19 horas.

Questionada sobre o motivo de se recusar a fazer o teste de alcoolemia na delegacia e exame de sangue no Instituto Médico Legal (IML), já que não bebeu no evento, como alegava, ela disse que como havia bebido vinho 16 ou 17 horas antes, ela temeu que pudesse aparecer álcool no sangue dela consumido no dia anterior.

Fonte: Leia Agora