O governador Mauro Mendes (União Brasil), contestou as declarações do secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, que afirmou que o governo ainda não “bateu o martelo” sobre a construção de um túnel na região do Portão do Inferno, na MT-251, rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães.
O gestor afirma que desconhece esse fato e reafirma que a decisão foi tomada com base em uma apresentação técnica do próprio secretário.
Mauro Mendes ainda observou que ele não foi informado sobre qualquer mudança de rumo no projeto.
“Se ele falou isso [que não está definido], é diferente do que ele falou para mim na última reunião. Ele apresentou oficialmente esta solução e eu dei OK para prosseguir com o projeto. Se mudou, ele não trouxe para mim”, disse o governador, em tom de surpresa.
A fala do chefe do Executivo estadual se refere às declarações dada por Marcelo de Oliveira, na sexta-feira (18), de que ainda não há definição sobre o projeto que será implementado na região do Portão do Inferno.
No entanto, na semana passada, o próprio governador havia antecipado que o edital de licitação para construção de um túnel no local seria lançado em agosto.
“Conversa é papo reto”, diz governador
Mauro Mendes reforçou que a proposta foi apresentada de forma oficial com base em estudos técnicos e que, desde então, não foi informado de nenhuma alteração.
“Eu não converso atravessado. Se eu falei isso publicamente, é porque eu recebi tecnicamente na minha sala, os técnicos junto com o secretário, e me foi apresentado isso. Depois disso, eu nunca mais falei com ele. Se mudou algo, não me foi comunicado ainda.”
Diante da contradição, Mauro Mendes deixou claro que caberá ao secretário esclarecer as divergências:
“Ele tem que explicar isso. Não sou eu. Eu falei o que eu ouvi, e a minha conversa é papo reto. Não tem aumento, não tem invento. Pode perguntar a ele, dizer que o governador ouviu da boca dele que a solução é um túnel e que estava aprovado”.
CUSTO E MUDANÇA DE PROJETO – A proposta de construção de um túnel na MT-251 surgiu após o Governo do Estado encontrar incongruências no solo da região durante as obras de retaludamento — solução inicialmente escolhida para conter os riscos de deslizamento na encosta.
A mudança de estratégia foi baseada em estudos geotécnicos e levantamentos com tecnologia de detecção remota, que apontaram riscos maiores do que os previstos inicialmente.
Segundo Mendes, os custos do túnel ainda são estimativos, mas não ultrapassam os de outras alternativas consideradas.
“Nós tínhamos ali um estudo de engenharia de valor. Ele ainda é muito superficial, mas o túnel é um pouco mais caro do que a solução anterior e muito mais barato do que outras alternativas que foram apresentadas”, disse.
O governador ainda destacou que outras soluções exigiriam rescisão do atual contrato e nova licitação, o que implicaria mais atrasos.
“Uma outra solução exige, objetivamente, você rescindir o atual contrato, né? Por razões já expostas, fazer nova licitação.”
“PRESENTE DE GREGO” – Questionado sobre a declaração de Marcelo de Oliveira, que se referiu à situação do Portão do Inferno como um “presente grego” deixado ao atual governo, Mauro Mendes preferiu não polemizar, mas reafirmou a responsabilidade da atual gestão:
“Não sei o contexto do que ele falou isso, mas nós estamos no governo para resolver qualquer problema, independente se foi deixado pelos gregos ou por quem quer que seja, afirmou”. (Diário de Cuiabá)
