Mato Grosso tem aumento de casos e óbitos de intoxicação por metanol

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Garrafas de whisky Ballantines suspeitas de pertencerem a lotes de bebidas adulteradas com metanol Foto: PJC

Mato Grosso elevou o alerta para os riscos de intoxicação por metanol devido ao aumento de casos. Em comunicação de risco, emitido no dia 21 deste mês, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) destaca a ocorrência de um surto de intoxicação exógena pela substância, com casos confirmados e em investigação em municípios mato-grossenses, notadamente com clusters identificados em Várzea Grande (área metropolitana de Cuiabá) e Itanhangá (475 km ao Norte da Capital).

No Estado, já foram notificados 13 casos, sendo quatro confirmados, e duas mortes.

“O principal veículo de exposição é o consumo de bebidas alcoólicas destiladas (exemplo: whisky), com uma taxa de letalidade de 25% entre os confirmados e 100% de gravidade, demandando hospitalização e terapia intensiva”, destaca.

A média de idade dos casos notificados é de 30,2 anos e 69,2% são do sexo masculino.

No documento, a SES reforça, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), a necessidade da detecção precoce e resposta imediata diante de um caso suspeito, bem como estabelece as diretrizes para a rede de serviços de Saúde do Estado, em resposta ao recente aumento de casos de intoxicação por metanol.

“Devido ao cenário, a sensibilidade da atenção à saúde e da vigilância devem ser ampliadas”, afirma.

A Saúde explica ainda que o metanol, um solvente industrial, é transformado no organismo em ácido fórmico, responsável pela acidose e toxicidade sistêmica, podendo levar à cegueira permanente ou ao óbito.

“Diante do elevado potencial de morbimortalidade e da possibilidade de ocorrência de novos casos, este documento visa orientar e padronizar as ações de vigilância e assistência em toda a rede de atenção à Saúde”, reforça.

Além das orientações aos profissionais que atuam na área da saúde, as autoridades públicas recomendam para que a população não consuma bebidas alcoólicas sem rótulo, lacre ou selo fiscal, bem como desconfie de preços muito baixos. Já ao apresentar sintomas após ingerir bebida suspeita, procure atendimento médico imediatamente.

“A urgência é máxima em casos de alteração visual”, ressalta.

ÓBITOS – Na quinta-feira (20), o Estado registrou a segunda morte em decorrência da intoxicação por metanol.

Trata-se de uma moradora de Itanhangá.

A mulher, de 42 anos morreu, após ter sido internada com suspeita de intoxicação por metanol, no Hospital Regional de Sorriso (a 75 km).

A vítima fatal e o genro, de 26 anos, passaram mal após ingerirem um uísque comprado em um supermercado da cidade, no dia 2.

Na manhã de segunda-feira (3), ambos apresentaram sintomas semelhantes aos de uma ressaca, porém o quadro da mulher evoluiu rapidamente, levando à internação.

Na UTI, ela estava entubada e recebia um antídoto específico. No entanto, veio a óbito.

A identidade da vítima ainda não havia sido divulgada pela Politec.

A primeira morte foi confirmada no dia 13 deste mês.

A vítima é uma paciente de 30 anos, do sexo feminino, de Várzea Grande. (Diário de Cuiabá)