Mais de 100 municípios de MT estão em risco ou em alerta para o mosquito da dengue

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Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa/LIA), disponibilizado pelo painel de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde (SESMT), mostra que 73 municípios de Mato Grosso estão em situação de alerta de infestação do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela.

Outras 35 cidades têm índices considerados de risco. Os resultados do LIRAa auxiliam a entender o cenário de transmissão das arboviroses no Estado.

Encabeçam a lista com a classificação de risco os municípios de União do Sul (a 719 km de Cuiabá), com índice infestação predial (IIP) de 9,7% e Santo Antônio de Leverger (27 km ao Sul da Capital), com IIP de 9,6%.

Há ainda Sinop (9,2%), Cáceres (6,4 %), Várzea Grande (5,3%) e Cuiabá (8,6%).

Já 30 municípios apresentam a classificação elencada como satisfatória e quatro estão sem dados de monitoramento.

Até sexta-feira (28), o Estado registrava 20.964 casos confirmados de chikungunya, com 36 óbitos confirmados e 15 em investigação.

Já quanto à dengue, são 12.877 casos, 10 mortes confirmadas e oito em análise.

Na Capital, o Bairro Pedra 90 é um dos que preocupam a Prefeitura.

Tanto que realiza por lá, neste sábado (29) e no domingo (30), um mutirão de combate ao vetor.

Segundo a administração municipal, a ação contará com a participação de mais de 800 servidores, entre profissionais de endemias, agentes comunitários de saúde, servidores municipais e apoio da Polícia Militar.

De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), o Pedra 90 apresenta o maior número de casos de dengue na cidade, além de mais de cinco mil imóveis com possíveis focos de proliferação do mosquito.

Para a gestão municipal, a ação necessária para reduzir o número de casos e eliminar criadouros, mas é preciso do apoio da população para permitir o acesso dos agentes às residências e seguir as orientações de combate à dengue.

O mutirão terá a presença do prefeito Abilio Brunini (PL), que reforçou a importância do engajamento da população.

“Estamos empenhados em intensificar o combate à dengue e, para isso, precisamos do envolvimento de todos”, disse por meio da assessoria de imprensa.

“Além do trabalho dos nossos agentes, é essencial que cada morador faça sua parte, eliminando água parada e cuidando do seu quintal”, completou.

Para garantir a participação de todos os agentes convocados, a Prefeitura, em parceria com a Secretaria de Mobilidade Urbana, disponibilizou transporte público gratuito para os profissionais que atuarão no mutirão.

A medida visa facilitar o deslocamento dos agentes de outras regiões até o Pedra 90, garantindo maior efetividade na ação.

Além da mobilização para o combate ao mosquito, as duas unidades básicas de saúde (UBS) do bairro estarão abertas durante o fim de semana para atender a população. Serão oferecidos serviços como vacinação, atendimento médico, dispensação de medicamentos na farmácia e atendimentos espontâneos.

A coordenadora da Vigilância em Zoonoses, Alessandra carvalho, ressaltou que este será o maior mutirão de combate à dengue realizado em 2025 na capital.

“Estamos unindo esforços para uma grande mobilização. Com mais de 300 agentes envolvidos, vamos intensificar as visitas domiciliares, eliminação de criadouros e conscientização da população. O Pedra 90 precisa dessa força-tarefa para reduzir os índices da doença”, afirmou.

Já em Várzea Grande, a prefeita Flávia Moretti (PL) assinou o decreto n.º 31/2025, que prorroga a situação de emergência em saúde pública no município por mais 90 dias.

A decisão foi tomada devido ao aumento expressivo de casos de arboviroses no município.

Conforme publicação que circulou quarta-feira (26), no Diário Oficial dos Municípios (AMM), dados da Secretaria de Saúde apontaram que a taxa de incidência acumulada nas últimas quatro semanas epidemiológicas atingiu 833,68 casos por 100 mil habitantes.

Além disso, a positividade laboratorial geral para arboviroses é de 41,2%, sendo que a taxa exclusiva para chikungunya é ainda mais alarmante, chegando a 65,3%.

Há ainda o registro de óbitos causados por essas doenças, reforçando a gravidade da situação.

A circulação do vírus Oropouche também preocupa as autoridades sanitárias da cidade, pois sua disseminação pode gerar uma nova crise de saúde pública.

O levantamento Índice Rápido para o Aedes aegypti utiliza uma metodologia que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas de Aedes, seguindo as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue.

O objetivo é contribuir para o diagnóstico e subsidiar os municípios nas ações de combate às endemias. (Diário de Cuiabá)