Mãe que deu à luz em casa em Cuiabá espera há dois meses por teste de maternidade

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Amanda Coelho de Jesus, de 23 anos, mora em Cuiabá e espera há dois meses por um teste de maternidade. A jovem afirma que teve a bebê em casa sem saber que estava grávida e, por isso, precisa provar que é a mãe da criança. Mas ela não possui recursos financeiros para realizar o teste de DNA e solicitou o exame na Justiça.

Ela recorreu ao Ministério Publico, que solicitou a realização do exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A justiça acatou e enviou o pedido à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital para que eles realizassem o exame. Essa determinação foi encaminhada no dia 13 de junho e, até o momento, a secretaria não respondeu.

A mãe da criança relatou que espera ansiosa pela realização do exame, pois até o momento, a bebê não pôde ser registrada por não ter a comprovação da maternidade.

“A Ani está com quatro meses, conseguiu tomar as vacinas, mas até agora não tem documento nenhum. A Infância e Juventude ficou de trazer uma intimação para a realização do exame, mas até agora nada. A gente liga, mas eles não têm muitas respostas” explicou.

Em nota, a Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Mato Grosso informou que o processo corre em segredo de Justiça, por envolver menor de idade e que não é possível passar mais informações sobre o caso.

Ainda segundo a Corregedoria-Geral, a secretaria deve realizar o exame e foi notificada, na sexta-feira (19), por não responderem sobre o caso.

g1 entrou em contato com a Secretária Municipal de Saúde para saber sobre o andamento do processo e aguarda resposta.

Entenda o caso

Família luta para confeccionar Registro de Nascimento de criança que nasceu em casa  — Foto: Reprodução

Família luta para confeccionar Registro de Nascimento de criança que nasceu em casa — Foto: Reprodução

Amanda deu à luz a uma menina em casa enquanto estava sozinha e sem saber que estava grávida. Ela mora junto com a mãe no Bairro Silvanópolis, em Cuiabá.

A mãe de Amanda, a cozinheira Naira Rosania Soares Coelho, de 39 anos, contou que quando chegou em casa, a filha disse que a bebê estava no quarto. A própria gestante cortou o cordão umbilical da criança. Segundo Naira, a filha tem um cisto no ovário, o que deixa a menstruação desregulada.

Além disso, ela tem sobrepeso e, por isso, a família não percebeu a gravidez.

“Quando eu vi a criança, fiquei surpresa, mas claro que apoiei a minha filha. Até porque ela quis ficar com a neném e muitas mães às vezes nem querem os filhos”, disse.

Por não saber que o bebê estava a caminho, a família não havia preparado nenhum tipo de enxoval ou tinha qualquer vestuário que pudesse ser usado pela criança recém-nascida. Quando a avó recebeu o dinheiro da aposentadoria, ela comprou o básico que a criança precisava, como fraldas e roupas.

Logo em seguida, Naira e Amanda foram a um hospital de Cuiabá. Lá um dos médicos fez todo o procedimento necessário para certificar que a criança havia nascido da jovem e em seguida, mãe e filha foram encaminhadas para o Conselho Tutelar, que emitiria um documento que permite o registro no cartório.

No entanto, mãe e filha precisaram ir ao Conselho Tutelar para conseguir um documento que seria essencial para fazer a certidão de nascimento no cartório.

No entanto, o Conselho Tutelar falou que só vai emitir esse documento se elas fizerem um teste de DNA para comprovar que a bebê é mesmo filha de Amanda.

Fonte: G1 MT