A empresária Patrícia Guimarães Ramos, mãe da adolescente Isabele Ramos, morta com um tiro no rosto disparado pela melhor amiga, classificou como absurda a decisão do Tribunal de Justiça que votou favorável à soltura da atiradora.
A decisão, em um recurso de apelação da defesa, foi dada durante sessão da Terceira Câmara Criminal na tarde de quarta-feira (8).
A menor que atirou em Isabele estava internada no Complexo Pomeri, em Cuiabá, desde o dia 19 de janeiro de 2021, após ser condenada a 3 anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Os desembargadores da Terceira Câmara Criminal, porém, mudaram o entendimento sobre o caso, alterando o crime de homicídio doloso para culposo, quando não há intenção de matar. Em razão desta mudança, determinaram então a soltura da menor.
“Desqualificar esse crime de doloso para culposo é inconcebível. Não vou me calar diante de tamanho absurdo”, escreveu Patrícia no Instagram.
Ainda na publicação, a empresária afirmou que está “indignada, surpresa e aflita” com a soltura da adolescente e deu a entender que o assassinato de Isabele ocorreu de forma premeditada, sem chance de defesa para a jovem.
“Estou indignada, surpresa, aflita… Minha filha não foi morta com uma arma de gatilho simples, mas uma arma que teve quer ser municiada, alimentada e carregada e a atiradora era perita nisso”, afirmou.
“Foi morta sem qualquer chance de defesa”, acrescentou.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) já foi notificada para liberar a menor. O processo corre em segredo de Justiça.
Veja a publicação:
Relembre o caso
Isabele Ramos, então com 14 anos, morreu com um tiro no rosto dentro de um banheiro na casa da amiga.
A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), no caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, conforme a denúncia, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.
A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.
Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.
Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.
O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.
Fonte: Midianews