Mãe de bebê morto em creche conta que viu mancha vermelha na cabeça dele: ‘Derrubaram o meu filho’; vídeos

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Karine Camargo, mãe do menino Vicente Camargo, 5 meses, disse que quando pegou o corpo do filho morto no colo, no Hospital Santa Rita, em Várzea Grande, viu uma mancha vermelha na cabeça da criança. Naquele momento, ela relata que soube que o filho não tinha morrido engasgado, como alegaram as donas da creche Espaço Criança Feliz, onde a criança estava matriculada há uma semana.

“Quando eu peguei o meu filho no colo eu vi o roxo na cabeça dele. Eu falei assim, ‘meu filho não foi engasgado. Eu tenho certeza que o meu filho não foi engasgado. Derrubaram o meu filho’”, contou em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (22), durante a manifestação que pediu Justiça pela morte de Vicente, realizada em frente ao berçário.

A mãe contou que na tarde do dia 17, quando morreu Vicente, ela mandou uma mensagem para a creche perguntando do filho, mas não foi respondida. A criança estava matriculada há sete dias no berçário, mas só frequentou a instituição por quatro dias porque ele adoeceu logo nos primeiros dias.

A mãe conta que a criança teve diarreia e vomitava bastante. Uma das médicas que atendeu Vicente disse que poderia ser uma virose, já que ele estava tendo contato com diversas crianças pela primeira vez. Além disso, a mãe só mandou o filho de volta para a instituição quando ele já estava melhor.

Aproximadamente uma hora depois do contato, ela foi informada pela gestão da creche que o filho seria levado para uma unidade de saúde.

“Ás 15h54 eu recebo a notícia de que o meu filho estava indo para o Pronto Socorro e uma pessoa no fundo dizia ‘ele não está respirando, ele parou de respirar’”, detalhou Karine.

A criança acabou sendo levada para o Hospital Santa Rita, em Várzea Grande, onde trabalham os pais de Vicente.

Karine conta que as donas da creche ainda tentaram responsabilizá-la, insinuando que ela tinha sido negligente com a criança.

“Ah, mãezinha, eu te avisei que ele estava doente. Eu avisei para você que ele estava com vômito, você deveria insistir, levar ele novamente ao hospital”, teria dito uma das donas da creche, ainda no hospital.

Outra versão apresentada foi que a criança tinha engasgado com o leite.

“Ela teve a coragem de olhar no meu olho e falar que meu filho tinha sido engasgado com leite: ‘a gente colocou ele para dormir, mãe, e quando a cuidadora foi ver ele, estava todo molinho’”, disse Karine.

Na verdade, segundo o atestado de óbito, Vicente não morreu de nenhuma dessas versões apresentadas pela gestão do berçário, mas de um “traumatismo crânio encefálico produzido por instrumento contundente”.

Durante o ato realizado nesta tarde em frente à creche, pais, amigos e familiares pediram por Justiça pela morte de Vicente. Com gritos de ordem, cartazes e balões brancos, os manifestantes pediram para que o caso não seja esquecido.

“Eu estou em pé por conta do meu filho, porque eu quero justiça por ele, porque ele foi maltratado”, concluiu Karine, chorando.

O caso

Vicente Camargo, de 5 meses de idade, morreu na última quarta-feira (17). Conforme a família, ele foi levado da creche para um hospital particular de Várzea Grande, onde teria chegado já sem vida.

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Um dos médicos que atendeu a criança foi o seu pai, que trabalha na unidade de saúde. Segundo o relato da mãe de Vicente, que também trabalha no hospital, ele chegou com uma coloração esverdeada, sem respirar. A equipe médica chegou a tentar reanimá-lo, mas não obteve sucesso.

A versão da creche é que a criança tinha se engasgado com leite, mas o atestado de óbito aponta a causa da morte como “traumatismo crânio encefálico produzido por instrumento contundente”.

A creche Espaço Criança Feliz não tinha autorização da Prefeitura de Várzea Grande para funcionar. Do mesmo modo, também não possuía os alvarás da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá investiga o caso. Fonte: Repórter MT

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