Ramira Gomes da Silva, 22 anos, mãe do bebê Brian, que foi encontrado morto com braços e pernas arrancados e enterrado no quintal de casa, confirmou em seu primeiro interrogatório, na delegacia de Porto Velho, Rondônia, que tem passagens por furto e estelionato.
Acusada foi presa na manhã dessa terça-feira (18) na cidade de Porto Velho, em Rondônia, no momento em que se preparava para embarcar numa balsa e fugir para o Amazonas, de onde, segundo as investigações, ela teria intenção de seguir e se refugiar na Bolívia.
No entanto, não deu maiores detalhes sobre esses crimes. Os antecedentes criminais de Ramira ainda não foram puxados, o que deve ser feito após ela chegar em Mato Grosso.
De acordo com o delegado Getúlio, responsável pelas investigações da morte do bebê Brian, uma equipe da delegacia de Sorriso viajaria nesta quarta-feira (19) para buscar a criminosa em Rondônia e entregar à Justiça de Mato Grosso.
Na unidade policial de Sorriso, Ramira será ouvida novamente e os demais procedimentos cabíveis serão tomados no andamento das investigações.
Outras alegações
Ainda no interrogatório, Ramira contou como foram as horas antes da morte de Brian. Afirmou que o bebê morreu dormindo, que o encontrou roxo no início da manhã de quinta-feira (13), e sem raciocinar direito, pegou o filho e enterrou no quintal de casa, onde um cachorro já tinha feito um buraco para se abrigar, então ela aproveitou para fazer a cova para Brian.
O delegado de Porto Velho, Dr. Yuri Medeiros, que ouviu a mulher, e ainda questionou o fato de a criança estar mutilada, explicou em casos de morte natural, como já houve casos, ainda mais se tratando de uma mãe, o impulso é de chamar o resgate, acionar a polícia ou correr com a criança nos braços até ao hospital esperando que o bebê seja salvo.
O que não aconteceu nesse caso, quando a mãe decidiu enterrar o próprio filho no quintal de casa, reação que desacredita todo o depoimento de Ramira sobre morte natural e o fato dela desconhecer a mutilação no corpo da criança.
Entenda o caso
O corpo esquartejado de um bebê identificado como Brian, aproximadamente 5 meses, foi desenterrado do quintal de uma casa, no início da tarde desta segunda-feira (17), por uma cadela Pitbull na Rua Itajaí, bairro Benjamin Raiser, em Sorriso (420 km da Capital).
De acordo com a vizinha da residência, ela encontrou o corpo após a cadela desenterrar e arrastar o cadáver no quintal.
A testemunha relatou que na casa morava a mãe da criança, R.G., e uma ‘amiga’, que dividiam os custos da residência.
Explicou que Ramira tinha um bebezinho e que o recém-nascido desenterrado pelo Pitbull provavelmente seria o filho da vizinha ‘desaparecida’.
De acordo com as primeiras informações, R.G. estaria em viagem e o recém-nascido ficado aos cuidados de uma babá. No entanto, vizinhos teriam relatado à polícia que R.G. foi vista na casa ainda no domingo.
Os peritos analisaram as condições em que o corpo foi encontrado, sendo os braços arrancados a partir do cotovelo, pernas cortadas na altura do joelho e uma lesão na cabeça, além de estar em avançado estado de decomposição. Ainda periciaram a casa e o quintal para coletar evidências que determinem as circunstâncias do fato.
Em seguida, o cadáver foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de necropsia, que vai determinar a causa clínica da morte.
“Infelizmente uma cena deplorável. Tem um bebê enterrado embaixo do tanque, amputado, está bem inchado e é algo que choca a gente que está acostumado a ver de tudo. É muita maldade, quantas pessoas querem ter um filho e não conseguem. Por que uma pessoa dessa não doa, prefere matar e enterrar. O crime não vai ficar impune, a mãe já foi identificada, agora vai ter investigação para saber o envolvimento dela e da amiga. A mãe foi viajar, mas já disseram que ela esteve aqui ontem. A polícia está em cima e vai descobrir”, falou o investigador Roberto Pinto à imprensa local.
Fonte: Repórter MT