Fabíola Pinheiro Bracelar, 22 anos, confessou ter agredido o pequeno Davi Gustavo Marques de Souza, de três anos em Nova Marilândia (MT). Segundo ela, as sessões de espancamento aconteciam para “corrigir” o menino, que seria muito “desobediente e arteiro”. Também ouvida pelo delegado Marcelo Maidame, Luana Marques Fernandes, 25, companheira da outra acusada, negou os fatos. Porém, a Polícia Civil apontou que ela teria sido, no mínimo, conivente com a situação. Ambas responderão por tortura qualificada com resultado morte.
Interrogada pelo delegado Marcelo Maidame, Fabíola confessou que espancou o menino e que o agredia com frequência, com o fim de corrigi-lo pelo fato de ele ser muito arteiro e desobediente. A mãe da criança negou os fatos e disse que estava no trabalho quando o filho foi espancado.
“É um caso de grande repercussão, ficando claro o envolvimento das duas suspeitas, Fabíola que confessou o crime e Luana que era, no mínimo, conivente com a situação sofrida pelo filho”, disse o delegado.
Em uma ocasião, o menino chegou a ser atropelado pela convivente da mãe, que o prensou contra o portão da casa. Quando questionadas sobre os hematomas na criança, elas alegavam que ele havia se machucado jogando futebol.
Na ocasião, ao tomar conhecimento dos fatos, o pai da criança trouxe o filho para Cuiabá para tratamento adequado. Exames comprovaram que o menino não poderia ter se machucado jogando bola, uma vez que o fêmur estava quebrado em diferentes pontos. O pai já tinha entrado com o pedido da guarda do filho na justiça.
O laudo médico apontou como causa da morte espancamento e esmagamento, uma vez que além das lesões externas, foram identificados no menino vários pontos de hemorragia interna na região do abdômen.
As duas foram encaminhadas para unidade prisional feminina de Nortelândia e nesta quinta-feira (28) passarão por audiência de custódia na cidade de Arenápolis.
O irmão de Davi foi encontrado em situação de abandono. A criança de colo foi encontrada em péssimas condições de higiene. O Conselho Tutelar também foi acionado para encontrar outro menor, que estaria sob cuidados de Fabíola.
Consta no boletim de ocorrências que o irmão de Davi teve de ser entregue a uma das testemunhas para que ela desse um banho na criança no quartel da Polícia Militar, já que estava sem os cuidados necessários de higiene.
Além disto, as testemunhas apontaram que que Fabíola tem outra criança, que é da sua irmã, a qual ela pegou para criar e a deixou sozinha na casa da sua mãe. Ela teria sido entregue para a uma pessoa para ir na casa de uma amiga para amamentá-la. Porém, não souberam informar o local.
O Conselho Tutelar foi acionado para averiguar a situação dos irmãos de Davi. As diversas agressões também foram relatadas pelo avô de Davi. Em conversa com o agente funerário, o homem contou que o menino era constantemente agredido pelas suspeitas.
O caso
Luana Marques Fernandes, 25 anos e sua companheira, Fabíola Pinheiro Bracelar, de 22, foram presas na noite da última terça-feira (26), no bairro Planalto, em Nova Marilândia (252 quilômetros de Cuiabá), acusadas de matar uma criança de três anos espancada. Davi Gustavo Marques Souza, filho da primeira suspeita, estava com diversos hematomas pelo corpo. Testemunhas confirmaram as sessões de tortura.
Fonte: Olhar Direto