O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se emocionou ao fazer a entrega simbólica da primeira entrega de apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida em Rondonópolis (214,6 km de Cuiabá), na manhã desta sexta-feira (3). Ele ainda comentou sobre a chacina de Sinop e a fila dos ossinhos, para ele ‘inexplicável’ (veja mais abaixo).
A chave do imóvel foi entregue a Hellen Cristina da Silva, moradora da cidade. Solteira, beneficiária é cadeirante a perdeu a mãe no período em que aguardava a conclusão das obras do residencial, por 10 anos.
Após ser abraçada por Lula e pela primeira-dama, Janja, Hellen chorou e agradeceu ao petista. “Eu estava esperando a casa há 10 anos, me inscrevi, vi a casa ser construída e depois as obras pararam. Antes de perder minha mãe, ela ficou doente e eu precisei cuidar muito dela. Fiquei sem entender muitas coisas. No ano passado eu fiz um novo cadastramento e graças a Deus eu tô aqui com essa chave. Estou muito feliz”, disse.
Ao utilizar a palavra, Lula se comprometeu em conseguir uma prótese a beneficiária, que depende da cadeira de rodas para se locomover. Nesse momento, o petista foi abordado pela presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, que anunciou que funcionários da instituição irão fazer a doação.
“Só pra vocês saberem, ela está precisando de uma prótese. Hellen, eu vou te garantir que nós vamos arrumar isso pra você poder andar na sua casa com muita tranquilidade… A presidenta do banco do Brasil acabou de anunciar que a prótese será doação dos funcionários do banco”, disse Lula.
Entregas de chaves
Depois de uma espera de 10 anos, beneficiários do residencial vão receber os 1.440 apartamentos. As obras começaram ainda em 2013 e possui duas etapas. A cerimonia será acompanhada por ministros e autoridades políticas de Mato Grosso. A vinda do presidente ao Estado foi articulada pelo prefeito da cidade, José Carlos do Pátio (PSB).
Fila do ossinho e chacina de Sinop: ‘inexplicável’
Em sua primeira visita a Mato Grosso desde que tomou posse na Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso apaziguador em relação aos adversários políticos. O petista, no entanto, destacou que o Estado protagonizou dois fatos que ganharam destaque negativo na mídia nacional: a fila dos ossinhos, que o presidente classificou como inexplicável, e a da chacina em Sinop (500 km de Cuiabá).
O presidente afirmou que quer trabalhar junto com o governador do Estado e destacou a fila dos ossinhos, durante sua fala, afirmando que o episódio é inexplicável. “Não quero saber de que partido é o governador ou se me apoiou ou não. Ele foi eleito e temos que trabalhar juntos pela população do estado e das cidades. Foi aqui neste estado, que é um dos maiores produtores de gado e grãos do país, que apareceu uma mulher na porta de um açougue, recebendo um osso para fazer uma sopa para dentro de casa. Isso é inexplicável”, afirmou Lula.
Outro episódio vivenciado em Mato Grosso e lembrado por Lula em seu discurso foi a chacina que vitimou sete pessoas, no último dia 21 de fevereiro. Um dos autores do crime foi o bolsonarista Edgard Ricardo de Oliveira, que era colecionador de armas. O presidente chamou o homem de vagabundo e disse que o crime é um retrato do legado que o ex-presidente deixou no país. “Vocês viram o que aconteceu aqui em Sinop, quando um cidadão jogando sinuca, que devia ser um vagabundo, porque para estar jogando as três da tarde não é para trabalhador, perdeu uma partida e decidiu matar sete pessoas sem nenhuma explicação. Vemos na televisão todos os dias as pessoas agredindo outras. O país foi tomado pelo ódio e pela violência, porque a mentira predominou”, disse.
Em seu discurso, Lula agradeceu ainda e rasgou elogios ao senador licenciado e ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). Outra liderança lembrada pelo presidente foi a ex-deputada federal Rosa Neide, que foi a mais votada para o cargo nas últimas eleições, mas ficou de fora por conta do quociente eleitoral. O petista encerrou seu discurso relembrando ainda o episódio protagonizado por ele nos debates contra Bolsonaro, onde afirmou que o povo brasileiro merecia voltar a comer picanha.
“Essas casas entregues aqui hoje têm que ter uma churrasqueira. Não sei se vocês perceberam, mas o preço da carne já caiu 15% e é possível cair ainda mais. Vai levar um tempo para a gente consertar este país. Eu seria capaz de oferecer para uma pessoa de Rondonópolis ou Mato Grosso que me dissesse um metro de obra feita por Bolsonaro aqui. Eu duvido, porque ando o Brasil inteiro, porque a única coisa que ele entregou foi uma ponte de madeira, de 18 metros. Quero dizer que vamos voltar aqui outra vez, e vão nos oferecer um churrasco, e nele, vai ter picanha, costela, alcatra, maminha”. (Gazeta Digital/Folhamax)
Veja vídeo da cerimônia: