Lúdio aponta a necessidade de que 75% dos adultos estejam vacinados para reduzir a circulação do vírus

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Em Mato Grosso, apesar da taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ter crescido – neste domingo(06), em torno de  85,98% e 43% para enfermarias -, ainda assim houve uma queda no número de óbitos, resultado direto da vacinação, em particular, na população mais idosa

Contudo, no final de abril, com o recuo dos números, houve um relaxamento nos decretos estadual e municipais, estimulando uma maior circulação de pessoas nas ruas, resultando no aumento da utilização das UTIs, com a elevação dos casos confirmados da doença em Mato Grosso.

A preocupação das autoridades médicas, no Estado, ainda foi elevada com a suspeita, felizmente, descartada pela Secretaria de Estado de Saúde, da entrada da nova variante indiana [B.1.617], identificada pela primeira vez na Índia, que supostamente teria entrado no estado, por Rondonópolis, acendendo o alerta vermelho da SES.

O assunto foi debatido esta semana, pelo deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) e o clínico geral intensivista, Marcelo Sandrin, na live do site O Bom da Notícia.

Ao ser questionado sobre a queda do número de óbitos e ainda, assim, com registro no crescimento das taxas de leitos de UTIs, o parlamentar explicou que como parte da população idosa foi vacinada, mudou o perfil dos doentes com o coronavírus.

Ou seja, a população mais jovem, em particular, claro, os que ainda não foram vacinados, estão adoecendo pelo fato de estarem mais expostos às novas variantes que estão sendo produzidas ao longo deste intervalo de tempo, agravando os quadros revelados na taxa de ocupação das UTIs. Criando um cenário propício, inclusive, para as mutações do vírus.

Ainda lembrando que para se alcançar a cobertura vacinal e, consequentemente, diminuir o efeito da transmissão do vírus na população, no mínimo 75% dos adultos devem ser vacinados. Pois a vacina é única alternativa individual, de efeito coletivo, capaz de cortar a cadeia de transmissão do vírus.

Apontando que, em Mato Grosso, os grupos vacinados com as duas doses, unem menos de 10% da população. Já os idosos acima de 70 anos, para os quais o município já recebeu todas as doses necessárias para realizar a primeira e segunda dose, há  60% da cobertura vacinal deste público.

O deputado e médico sanitarista ainda relembrou que na primeira semana de janeiro, pautado nas informações dos dados coletados sobre a covid-19, ele teria solicitado uma quarentena de 14 dias, no entanto, o governador Mauro Mendes (DEM) e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) não implantaram o decreto, gerando nos meses consecutivos uma alta no número de casos e o retorno do colapso na rede pública de saúde.

“Da mesma forma que a transmissão e o número de casos crescem rapidamente, se você reduz a circulação de pessoas suscetíveis ao contágio, a doença cai na mesma velocidade. Não ter normas e parâmetros adequados para serem adotados na hora certa e da forma correta, geraram a situação vivida no Brasil de nunca alcançar um dia sem óbitos”, disse.

Fonte: O Bom da Notícia