Lontras debilitadas que sobreviveram a incêndios no Pantanal são alimentadas por voluntários em MT

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Duas lontras que sobreviveram aos incêndios na região da Rodovia Transpantaneira, que liga o município de Poconé, a 104 km de Cuiabá, a Porto Jofre, estão sendo alimentadas por voluntários. Elas estavam com fome e debilitadas.

Dois dos grupos, o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) e o SOS Pantanal, divulgaram vídeos neste final de semana onde mostram o momento em que as lontrinhas são alimentadas.

Voluntários ajudam animais vítimas de incêndios no Pantanal

Essa ação é uma das diversas que estão sendo feitas na região da Transpantaneira, além da captação de água para os animais que sobreviveram às queimadas.

“Devido às queimadas, poucas fontes de recurso sobraram na natureza para a fauna sobrevivente, por isso é crucial o trabalho que os voluntários estão realizando para fornecer comida”, explica os grupos.

Segundo eles, os poucos lagos que sobraram na região são refúgio para lontras e outros bichos que precisam da água para sobreviver. Para alimentá-las, as equipes estão fornecendo tuviras, uma espécie de peixe comum na região, comprados de pescadores locais.

Eles já fizeram campanhas para doação de alimentos e até água, já que os poucos pontos de água que existem ao longo Rodovia Transpantaneira estão praticamente secos.

A distribuição de tuviras para lontras foi feita em um lago situado embaixo de uma das pontes da estrada Transpantaneira.

“Assim que colocamos os peixes na água, as lontras rapidamente começaram a comer”, disse o grupo.

Incêndios

As queimadas que já destroem o Pantanal mato-grossense – considerada a maior planície inundável do mundo – há quase dois meses causaram os maiores danos da história. Esse é o maior incêndio registrado na região pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde que o monitoramento começou a ser feito, em 1998.

Segundo o Inpe, neste ano, foram identificados 15.756 focos de calor no Pantanal. Antes disso, o maior número tinha sido registrado em 2005, 12.536 focos.

O incêndio começou no dia 21 de julho e já são quase dois meses em chamas.

O fogo teve início na região de Poconé e já são mais de 1.740.000 hectares queimados em Mato Grosso até o dia 13 de setembro. O Pantanal já registrou o maior número de focos de incêndio, desde então. Foram 5.603 focos até o dia 16 de setembro.

Brigadistas, bombeiros e oficiais da Marinha ajudam no combate ao incêndio.

Apenas nos primeiros 16 dias deste mês, foram detectados 5.603 focos de calor contra 5.498 registrados no mês inteiro de setembro em 2007 – o recorde para o mês até este ano.

Fonte: G1/MT